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A dor e o odor da crise moral em uma sociedade insatisfeita

Querido(a) leitor(a), do jornal A GAZETA, Paz e Bem. Solenemente, estão se afirmando tantas coisas, estão dando tantos juízos de valor, que provam, exclusivamente, que vivemos em uma sociedade insatisfeita, desregrada e, o que é pior, tendenciosamente “tola”. Quando permitimos que o consenso se torne ponto de partida para afirmar uma verdade, estamos dando espaço à criação de um ambiente completamente inumano e incoerente.
Precisamos de uma sociedade sem tolice e com valores cívicos, morais, éticos, religiosos. Como diria minha mãe: “…se eu perguntar a um jovem o que é comemorado dia 19 de novembro, provavelmente não saiba responder!”
A sociedade, hoje, compraz-se em citar a liquidez de Bauman, a operacionalidade econômica de Quesnay, Gournay e Smith estes três os pais do neoliberalismo econômico, as propostas artísticas de Warhol ou a proposta “mística” de Bob Marley. Diga-se de passagem, não tenho nada contra as propostas e as grandezas de todos e cada um deles, só me pergunto: onde está a sua densidade, profundidade e perpetuidade na história da humanidade?
“Ninguém está livre de dizer tolices; o imperdoável é dizê-las solenemente” (Michael Montaigne escreveu no século XVI)
A humanidade do século XXI está perdendo o verdadeiro “cheiro” do seu ser mais humano, da sua grandeza e beleza: o ser pessoa. Estamos assistindo, diariamente, a uma realidade que desconstrói, anarquiza e desordena o ser mais íntimo, profundo e perpétuo da história: a pessoa.
Todos os dias, a informação que nos chega é dos “indivíduos” anônimos, twitados, curtidos, e o simplesmente visualizados do momento. O termo “viral” se adapta, exclusivamente, a essa realidade. Isso causa profunda dor! Não somos mais conhecidos, somos simplesmente acessados, e o acesso que tem a nós não provem do contato, mas do mero reconhecimento gráfico. Todos falam de uma nova época. Qual é a novidade dessa tão proclamada mudança?
A cultura do descartável justifica certa permissividade de só considerar como aceitável o que proporciona satisfação imediata. As instituições, como escolas, igrejas, Estado e família, são substituídas por outras referências na regulação moral e ética. A imoralidade à qual temos chegado não é diferente daquela que a humanidade sempre tem vivido. Nossa imoralidade e falta de verdade tem sustentado inteiras civilizações, grupos e movimentos históricos. Na hora em que uma pessoa é capaz de desconhecer a outra, o primeiro se anula para anular o segundo.
Na sociedade do espetáculo, aquilo que está valendo não é a fantasia ou a imaginação, o que vale é o show acompanhado do escândalo, da atitude impudica e obcecada de querer pôr fogo em tudo o que tenha algum valor, alguma tradição. Queimam livros sagrados, editam vídeos ofensivos, destroem símbolos pátrios, realizam motins, expõem intimidades, agridem por intolerância, propõem situações nada humanas, enfim acaba com a pessoa.
“Infelizmente é Deus que fica excluído do horizonte de muitas pessoas, e quando não encontra indiferença, barreiras ou rejeição, o discurso sobre Deus deseja-se que seja relegado no âmbito subjetivo, reduzido a um fator íntimo e privado, marginalizado da consciência pública”, disse o então Papa Bento XVI.
O valor que está pagando essa sociedade do espetáculo é muito alto! Só que a retribuição que obterá também trará consigo um preço de incalculável destruição. Vejo boa vontade em muitas pessoas, mas vejo agressão excessiva! Nossa vocação de discípulos nasce de um gesto que é o mais forte de todos os outros gestos humanos: a ternura.
E respondendo a pergunta da minha mãe, caso você leitor(a) não lembre, dia 19 de novembro comemora-se o Dia da Bandeira do Brasil, essa comemoração passou a fazer parte da história do país após a Proclamação da República, no ano de 1889 (risos). Quem foi da época em que antes de entrar para sala de aula, já no pátio, cantava o Hino Nacional e rezava um Pai-Nosso.
E hoje, como há 800 anos atrás, queremos aprender a viver como São Francisco e Santa Clara, sempre alegres na ajuda aos mais necessitados e pobres de sua época, para que por Graça de Deus, tenhamos uma sociedade igualitária, mas com Deus nas nossas ações, sempre! Paz e Bem.

A Gazeta do Acre: