Dentro das ações programadas para a Semana da Síndrome Alcoólica Fetal – SAF, o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por intermédio do Núcleo de Apoio ao Atendimento Psicossocial em Dependência Química (NATERA) e demais parceiros, promoveu na quinta-feira, 23, no auditório do Anexo I da instituição ministerial, o Seminário Síndrome Alcoólica Fetal: Possibilidades para Atuação em Rede.
O evento teve como objetivo principal nivelar informações sobre a síndrome e estabelecer estratégias para a prevenção, diagnóstico e tratamento e reuniu profissionais da área da saúde, educação, assistência social, psicologia e diversos setores da sociedade civil organizada.
A Síndrome Alcoólica Fetal é causada pela ingestão de álcool pela mãe durante a gravidez e pode ocasionar defeitos no feto que variam de leves a graves, causando problemas de comportamento e
falta de crescimento, entre outros. Alguns dos efeitos mais graves da toxicidade do álcool na gravidez são a desfiguração do rosto e o retardo mental da criança.
Ao fazer a abertura do seminário, a coordenadora do NATERA, procuradora de Justiça Patrícia de Amorim Rêgo, cumprimentou a todos os participantes, deu boas vindas e agradeceu em nome do procurador-geral de Justiça, Oswaldo D’Albuquerque Lima Neto, a presença de todos. “Quero cumprimentar especialmente o casal Cleísa Brasil e Cleiver Lima, que sugeriu uma campanha de conscientização sobre a SAF, o que foi prontamente atendido pelo procurador-geral Oswaldo D’Albuquerque. Se nós estamos aqui hoje nesse momento importante de discussão de algo tão sério, e que no entanto, não tem a visibilidade que deveria ter, é graças à atuação dos dois”, destacou.
O Ministério Público acreano foi procurado pelo casal, que adotou uma criança portadora da SAF, para pedir apoio para a realização de uma campanha de conscientização da síndrome no estado. Patrícia Rêgo fez uma retrospectiva da adesão do MPAC na campanha. “Nosso procurador-geral de Justiça imediatamente acolheu essa demanda e foi pensada uma estratégia para que a gente pudesse discutir o assunto e realizando uma série de ações com as instituições e profissionais que têm interface com essa questão”, explicou.
Ela exaltou a adesão dos demais parceiros à campanha, citando o Conselho Regional de Medicina (CRM), a Liga Acreana de Pediatria, Sociedade Acreana de Pediatria, Secretaria Municipal de Saúde, Gabinete do vereador Rodrigo Forneck, Gabinete do deputado federal Raimundo Angelim, governo do Estado do Acre e a equipe do NATERA. “Foi uma adesão muito positiva de todos os parceiros que nós buscamos”, enfatizou Patrícia Rêgo.
Indicação ao
Prêmio Atitude
“O que nós estamos fazendo aqui hoje é o bem. Quero comunicar que estou indicando a Cleísa e o Cleiver para concorrer ao Prêmio Atitude, instituído pelo MPAC, destinado a premiar as pessoas que estão fazendo a diferença na vida das pessoas”, comentou Patrícia Rêgo.
A corregedora-geral do MPAC, procuradora de Justiça Kátia Rejane de Araújo, que participou da abertura do seminário, exaltou os esforços das instituições e dos profissionais envolvidos na campanha e falou da importância de se discutir o tema. “É um assunto que é pouco conhecido, mas que causa males irreversíveis para as crianças. Então, o Ministério Público protagoniza mais essa união de esforços com vários parceiros, para que possamos discutir e sair daqui com ações concretas de combate a esse mal”, disse.
Conscientização é
importante, diz pediatra
A médica pediatra Tereza Cristina Maia dos Santos, presidente da Sociedade Acreana de Pediatria, ressaltou a importância do seminário. “A importância reside basicamente na conscientização sobre síndrome. Ou seja, a conscientização das mães do prejuízo que é para o bebê se elas consumirem bebida alcoólica durante a gestação”, explicou.
Indagada a respeito da existência de estatísticas no Brasil sobre o número de casos comprovados relativos à SAF, a médica disse tratar-se de uma temática nova. “No Brasil ainda não temos estatísticas. Para nós, profissionais da saúde, é um tema novo, por isso, que reside essa preocupação, essa necessidade de conscientização. Nós não sabemos realmente até que ponto isso pode afetar, mas sabemos que afeta muito. Eu acredito que seminários como esse são o ponto de partida para discutir essa questão”, acrescentou. ( Agência de Notícias do MPAC).