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Deputados da base saem em defesa do prefeito e questionam demora no cumprimento dos mandados

 

A Operação Buracos, deflagrada pela Polícia Federal em parceria com Controladoria-Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União (TCU), Receita Federal e Ministério Público Federal (MPF), foi o principal tema de debate na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) na sessão de ontem, 31. Deputados da situação e oposição divergiram acerca do assunto.

O líder do governo na Casa, deputado Daniel Zen (PT), questionou os motivos que determinaram a condução coercitiva de Marcus Alexandre (PT) à sede da Polícia Federal. Ele lembrou que o prefeito possui 38 processos arquivados e que em todos eles contribuiu de forma voluntária.

“O prefeito Marcus Alexandre responde a exatos 44 processos, todos relacionados à execução das obras da BR-364. Entre procedimentos investigativos, tomadas de contas, desses 44 processos, 38 já foram arquivados. Nos 38, o prefeito compareceu voluntariamente sem a necessidade de condução coercitiva e presença de força policial. Sempre prestou todos os esclarecimentos, nunca tentou obstruir qualquer investigação em qualquer órgão de controle, em qualquer processo”.

Zen questionou a Operação ter ocorrido após o anúncio da pré-candidatura de Marcus Alexandre ao governo do Estado, pela Frente Popular, na eleição para o próximo ano. Ele salientou que os mandados já estavam assinados desde o dia 28 de setembro, no entanto, não foram cumpridos de imediato. “Têm algumas coisas que causam estranheza, os mandados estavam assinados desde o dia 28 de setembro. Por que só fizeram isso dois dias após anunciarmos o nome do nosso pré-candidato? É uma pergunta que precisa ser respondida”.

O líder do governo destaca que o prefeito, de igual forma às outras investigações, colocou o sigilo bancário e fiscal de toda sua família à disposição da Justiça.

“Numa demonstração de honestidade o prefeito colocou à disposição do delegado que conduz as investigações o seu sigilo fiscal, de sua esposa e de toda a sua família, para demonstrar que não há o que esconder, não há o que temer. Nosso prefeito é um homem sério que atua com seriedade e probidade.”

Por fim, Zen lamentou a inversão do inquérito policial e das etapas do processo judicial. “A formação das chamadas operações levam a opinião pública ao pré-julgamento, linchamento moral, condenação antecipada e que acabam destruindo reputações e biografias. Isso é lamentável”.

A deputada Leila Galvão (PT) salientou que pontuou que acredita na inocência do gestor. “Quando eu era prefeita, sempre acompanhei de perto o trabalho que ele realizou no Deracre, sempre atencioso com as demandas de todos os municípios. Acredito sim em sua honestidade e no seu caráter irretocável. Vamos defender seu nome sempre, porque acreditamos em sua inocência”.

O deputado Jenilson Leite (PCdoB) disse que a

oposição faz uma condenação antecipada e que as falas dos deputados possuem origem politiqueira. “Temos que ser coerente nas falas e parar com essa história de condenar antecipadamente. O deputado Gehlen Diniz aponta o dedo para o prefeito, mas se esquece que está sentado em um dos ninhos mais corruptos da política brasileira”.

 

Oposição – A primeira a comentar sobre a Operação Buracos pela oposição foi a deputada Eliane Sinhasique (PMDB). Ela defendeu a condução coercitiva e as investigações em torno do prefeito de Rio Branco.

“A PF poderia ter convidado o prefeito Marcus Alexandre para um depoimento formal, mas resolveu evitar que os investigados combinassem o que iriam falar. Não vejo nada de errado nisso. Que aconteçam mais operações Buracos, Asfixia e Lava Jato. Nós precisamos passar isso a limpo, porque é inadmissível tantas obras importantes como a do Pronto Socorro, Hospital de Brasileia consumirem milhões e não ficarem prontas”, disse.

O deputado Gehlen Diniz (PP) também se posicionou sobre o assunto. Ele questionou as notas de solidariedade ao prefeito. “Foram tantas notas que eu resolvi fazer minha nota de solidariedade. Vou me solidarizar com as vítimas, o povo do Acre, sobretudo, aqueles que moram às margens na BR-364 que são as principais vítimas desse escandaloso desvio de dinheiro público. Aquele dinheiro que apreenderam com Gedel é troco em comparação com o que foi desviado no Acre”, falou.

 

A Gazeta do Acre: