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“Se precisavam de meu depoimento era só ter me chamado”, disse prefeito Marcus Alexandre

 

O prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre (PT), comentou sobre os desdobramentos da Operação Buracos, deflagrada pela Polícia Federal em parceria com Controladoria Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União (TCU), Receita Federal e Ministério Público Federal (MPF). Os órgãos investigam o suposto desvio de R$ 700 milhões de dinheiro público para recuperação de ramais e pavimentação de estradas federais.

O pronunciamento ocorreu na tarde de terça-feira, 31, na sede da Prefeitura da Capital, durante uma entrevista coletiva. Na oportunidade, Marcus Alexandre reiterou que está à disposição das autoridades para prestar qualquer tipo de esclarecimento, porém, lamentou a forma como foi conduzido, na última segunda-feira, 30, à sede da Polícia Federal para depor.

“Não estou acima da lei. Sou um cidadão como todos. O que causa estranheza é a forma como a Operação Buracos foi conduzida. Se precisavam de meu depoimento era só ter me chamado, eu iria livremente a exemplo das outras vezes em que fui chamado”, disse ao declarar ainda que é a favor das investigações. “Sou absolutamente a favor das investigações. Não estou acima da lei”.

Ele disse que durante o depoimento foi questionado sobre detalhes técnicos, bem como sua relação com os demais investigados. “O meu depoimento foi um dos mais longos, porque eu fui para esclarecer. Me perguntaram sobre logística de obras, fluxo, processo de fiscalização e empresas contratadas”, disse.

O prefeito lembrou que desde 2009 os seus dados bancários, telefônicos e fiscais estão disponíveis para os órgãos fiscalizadores. “A minha vida fiscal, bancária e telefônica está totalmente à disposição das autoridades que fazem as investigações”.

Quando questionado sobre os supostos valores desviados, ele pontuou que não condizem com os trabalhos executados no estado. “Esse é um número acima do que pode calcular. Eu não sei que números são esses que os órgãos de controle juntaram. Acho um número bastante elevado, se levar em conta contratos que nós gerenciamos com obras nossas”, disse.

Marcus Alexandre comentou ainda sobre a condução coercitiva de sua esposa à sede da Polícia Federal. “Eu lamento pelo envolvimento do nome da minha esposa. Ela nunca foi ordenadora de despesas, portanto, desnecessária. E, se também precisassem do depoimento dela, tenho certeza que não se negaria em ir”, frisou ao lamentar também uma movimentação em frente à sua casa para comemorar os desdobramentos da operação.

“No final da tarde, um grupo de pessoas soltou fogos em frente à minha residência. Não era nenhum jogo de futebol para comemorar. Possivelmente alguns de meus adversários celebravam o ocorrido. Isso chateia, mas vamos seguir em frente.”

Com relação ao fato de a ação policial ter algum teor político, o prefeito frisou que não iria fazer nenhum comentário vinculando o fato ao calendário eleitoral. “Não vou fazer nenhum comentário sobre o calendário eleitoral. Tivemos um lançamento de campanha no sábado e na segunda aconteceu isso, mas não cabe a mim falar disso”.

Por fim, agradeceu o apoio da população. “Quero agradecer as notas de solidariedade e às orações que estamos recebendo. Obrigada pelo apoio de todos. Tenho certeza que a verdade prevalecerá”.

FOTO /FAGNER DELGADO ASCOM PMRB
A Gazeta do Acre: