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Juntar dinheiro é a principal meta dos brasileiros para 2018, aponta pesquisa

BRUNA MELLO

O ano mal começou e os brasileiros já sabem o que querem em 2018: juntar dinheiro. É o que aponta uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Segundo o estudo, quase metade dos brasileiros entrevistados na pesquisa (45%) disse que pretender juntar dinheiro este ano ou sair do vermelho (27%). Além disso, 54% dos consultados disse estar mais otimista com o cenário econômico para este ano e 58% acreditam que sua vida financeira será melhor.
Outros 13% foram pessimistas e disseram que a situação econômica vai piorar em 2018 e 19% acham que o cenário econômico este ano será igual ao de 2017.
Para o economista Carlos Franco, a pesquisa reflete o otimismo e a insegurança de parte da população com relação à recuperação da economia. “Apesar das incertezas, principalmente pela questão do cenário político instável, existe uma expectativa positiva tanto por parte dos empresários como pelos trabalhadores. Como nós estamos vindo de um cenário de muita crise, as pessoas estão mais precavidas e com medo de passar novamente o aperto dos últimos anos”.
O especialista fala sobre a importância de estipular metas e planejar o orçamento para poupar dinheiro. “É preciso planejar, a partir daí você sabe quanto, de fato, poderá guardar seja por precaução ou investimento”.
Ainda de acordo com a pesquisa, entre os principais medos para 2018 estão problemas de saúde, ser vítima de violência ou de assalto, e não conseguir pagar as dívidas. O maior problema, segundo os entrevistados, é a corrupção, seguida pela crise econômica, a violência, a saúde, a educação e o desemprego.
A auxiliar administrativo Gleice Kelly, 27 anos, está entre as pessoas que pretendem guardar dinheiro este ano. Ela conta que a crise econômica e política são os principais fatores que influenciaram na hora de estabelecer metas para 2018.
“Estabeleci uma quantia que inclusive subtraí do meu salário. É como se eu ganhasse x a menos. Quem tem filhos, uma família, vive de aluguel ou até mesmo é uma pessoa sozinha que tem que se virar para sobreviver teme mesmo que as coisas piorem. Com a reforma trabalhista então a situação do brasileiro está cada vez mais assustadora. Manter um pezinho de meia me parece uma das escolhas mais inteligentes.”

Visão sobre 2017
Segundo a pesquisa, a maioria dos brasileiros acredita que a vida financeira piorou em 2017. Do total de entrevistados, 85% tiveram cortes ou ajustes no orçamento do ano passado, cortando principalmente as refeições fora de casa (63%), a compra de itens de vestuário, calçados e acessórios (56%) e os itens supérfluos de supermercado (49%).
Ano passado, 59,9 milhões de pessoas tiveram seu nome negativado, segundo a SPC Brasil. Entre os consumidores que ficaram com o nome sujo, 81% possuem parcelas no cartão de crédito pendentes, 69% estão com dívidas vencidas no cartão de lojas e 67% com parcelas pendentes em carnês ou boletos. Em média, o valor total da dívida em atraso somou R$ 3.902.

Fabiano Azevedo: