Se servem para algo esses dois dias de feriados – Dia do Católico e Dia do Evangélico – que sirvam, pelo menos, para os adeptos dos dois credos e para a sociedade de modo geral para algumas reflexões nesses tempos conturbados.
E uma dessas reflexões é sobre o clima de intolerância religiosa, política e de outras instâncias, que contradizem frontalmente aos princípios e ensinamentos do cristianismo, que podem ser resumidos no amor ao próximo, na solidariedade e na ajuda aos mais necessitados e excluídos dos valores mais básicos do ser humano.
É impressionante e inaceitável que depois de tantos séculos de cristianismo, budismo, iluminismo e outros valores básicos, que deveriam pautar as relações sociais, a política, ainda se assista a tanta barbárie com agressões e até conflitos armados insuflados por regimes ditatoriais, excludentes e por governantes desprovidos de valores éticos e morais.
Nem tudo, porém, está perdido e um exemplo que se contrapõe a essa realidade selvagem está dando o papa Francisco que, em sua visita ao Chile e Peru, fez questão de vir até à fronteira com o Acre para encontrar-se com os povos indígenas, ouvir suas reivindicações e conferir todo o apoio aos seus mais elementares direitos, que continuam sendo usurpados desde a colonização. Que este gesto sirva de lição para os governantes e para a sociedade de modo geral.