Na segunda-feira, 15 de janeiro, o Papa Francisco iniciou mais uma Viagem Apostólica internacional, que vai até o dia 21, retornando à sua América Latina, para visitar desta vez o Chile e o Peru, contemplando a cidade da Amazônia peruana de Puerto Maldonado, em 19 de janeiro, onde Francisco se reunirá com indígenas do Peru, Bolívia e Brasil.
No trajeto de Roma que o levou ao Chile, o avião papal sobrevoou o território brasileiro, e como prevê o protocolo, o Papa envia um telegrama ao presidente do país. À Michel Temer, Francisco faz os melhores votos assim a todos os cidadãos brasileiros garantindo suas orações pela paz e a prosperidade do Brasil.
A primeira etapa é no Chile, onde além da capital Santiago, visitará Temuco e Iquique. E a realidade que encontrará é bem diferente daquela de 1987, ano da visita do Papa João Paulo II ao país.
Há 30 anos, o Chile vivia sob a ditadura de Pinochet, enquanto agora respira ares de democracia. A Presidente Michelle Bachelet entregará o cargo em março a Sebastián Piñera, vencedor do segundo turno das eleições em 17 de dezembro, e que já havia governado o país de 2010 a 2014. “O Papa Francisco chegará a um país com pleno estado de direito, que recuperou sua democracia em 1990, e que é muito mais diversificado nos diversos âmbitos, com um crescente número de imigrantes”, havia declarado Bachelet em um comunicado, após a confirmação da visita do Pontífice ao país.
Porém, os ataques contra igrejas na madrugada da última sexta-feira, foram deixados panfletos fazendo menção à questão dos mapuches, povo autóctone que vive nas proximidades de Temuco, cidade que será visitada pelo Papa.
O fato de os agressores terem mencionado o “confito mapuche” – como é conhecido – não significa necessariamente que os ataques tenham alguma relação com a causa, mas acena para esta questão que gera tensões e conflitos no sul do país.
De fato, nos últimos anos, a região de Araucanía tem sido foco de ataques violentos contra as pessoas e também contra igrejas. De 2014 a 2016, 15 igrejas – 12 católicas e 3 evangélicas – foram incendiadas, 11 delas somente em 2016. Em 2017, foram sete. Todos os ataques atribuídos ao grupo indígena Weichan Auka Mapu .
Por valorizar as populações indígenas ao redor do planeta e defender a sua proteção, é de se esperar que o Papa Francisco leve alguma esperança de solução para este conflito.
O Bispo do Vicariato Apostólico de Puerto Maldonado, Dom David Martínez Aguirre, informou em um comunicado já ter entregue um convite aos povos indígenas, anunciando que “o Papa Francisco está vindo para ver vocês”. “Contamos a eles quem é o Papa Francisco, o que representa este personagem para a Igreja e a humanidade, que mensagem está nos dando hoje, por que vem a Puerto Maldonado e por que deseja ter um encontro específico com eles”, explicou.
O prelado acrescentou ainda ter mantido “conversas com as federações, com algumas organizações indígenas, para ouvi-las”, para somente então elaborar listas e “buscar formas de financiamento”, pois – explica – “uma das dificuldades que as comunidades nativas têm, em sua maioria, é que vivem em locais muito afastados”. Para chegar até o local onde muitos deles vivem, é possível somente “com o uso de transporte fluvial que é muito mais caro. Assim era preciso se organizar, buscar financiamento. Uma vez conseguida esta ajuda e que agora já temos as nossas planilhas, estamos trabalhando na organização das viagens”.
Já Dom Joaquín Pertinez, Bispo da Diocese de Rio Branco – Acre, falou em coletiva a imprensa, que a visita do papa ao país vizinho é organizada pela igreja peruana e que a brasileira não está ligada a organização. De acordo com Dom Joaquín, Papa Francisco escolheu visitar Puerto Maldonado para ter esse encontro com os povos indígenas da região amazônica, que o chama atenção e o preocupa, justamente de acordo com o conteúdo da Encíclica Laudato Si, que afirma: “os povos indígenas são minorias que devem ser levadas em conta, porque nos estão dando a possibilidade de outras direções a nossa humanidade”.
Com isso, indígenas do Acre e Rondônia vão se encontrar, e ao todo, mais de 100 pessoas das comunidades indígenas dos dois Estados devem representar o país no encontro com o Papa Francisco.
E que a bênção do Papa Francisco se estenda a toda região da Amazônia: aos colonos, seringueiros, ribeirinhos, imigrantes, indígenas, aos moradores das colocações e varadouros, aos sofredores, aos enfermos, as crianças, jovens e idosos, aos que estão privados de liberdade, pelos missionários que deram e ainda dão sua vida em prol da Evangelização, e a cada um nós! E a você de modo especial, que resolveu parar alguns minutinhos para ler nosso artigo.
Viva Jesus Cristo! Viva São Pedro! Viva ao Papa Francisco!
Interino do Frei Paulo Roberto – OFM Cap.
Narciso Cândido L. Neto – coordenador do Núcleo em Formação da
Fraternidade da Ordem Franciscana Secular – OFS. Encontro todo 4º domingo do mês na Paróquia Santa Inês, às 7h.