“Somos educados para ser autosuficiente. Para não precisar de ninguém para absolutamente nada. E qual a conseqüência dessa criação? Uma sociedade adoecida, confusa e, principalmente, solitária”. Ouvi uma pessoa falar isso e de cara me identifiquei.
E não é que faz sentido?! Eu consigo me ver nessas palavras. E no meu dia a dia consigo perceber uma dificuldade tremenda de pedir ajuda e até mesmo de definir e expressar o que sinto.
“Seja humilde a pedir ajuda e gentil quando a ajuda é solicitada de você”
Desde aos aborrecimentos, como as alegrias. Sem falar nas tristezas. Que a vida toda foram engolidas a seco.
“Seu marido é seu emprego. O conhecimento que você tem ninguém poderá tirar”, foram com frases desse tipo que ouvi a vida toda e praticamente moldei o meu futuro. As decisões tomadas sob a luz de pensamentos trouxeram frutos positivos e negativos. Como qualquer decisão na vida.
Mas, me peguei relembrando as situações que poderiam ter se desenroladas de maneira diferentes se tivesse cedido. Se tivesse deixado de ser controladora. Mas, quantas furadas eu poderia ter me metido se não tivesse essa consciência.
As escolhas que fiz me fizeram ser quem sou e me trouxeram até aqui. Se você está lendo até aqui, saiba que não me arrependo. Mas, sem dúvida, se pudesse fazer de novo faria diferente.
Porque é uma droga ter alegrias e não ter com compartilhar. É ainda mais triste os desapontamentos da vida se você não consegue expressar de fato o que sente. Não que esteja sozinho, até existem pessoas, mas você não consegue confiar e se sentir segura, amparada.
É difícil viver fora da forma em que se viveu a vida toda. Não é fácil. Mas, vale a tentativa. Eu e você sempre vamos precisar de outras pessoas. SEMPRE! Acostume-se. Seja humilde a pedir ajuda e gentil quando a ajuda é solicitada de você. A dor do outro a gente nunca sabe a dimensão.
Mudanças são necessárias. E nem sempre são ruins. Às vezes são elas que te impulsionam a ser alguém melhor.
Bruna Lopes é jornalista.
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