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Recém-filiada ao PSB, a ex-vereadora Aryanny Cadaxo comenta sobre as expectativas para o futuro

Afastada da vida pública há cinco anos, a ex-vereadora Aryanny Cadaxo volta ao cenário político neste ano. Em conversa com a equipe do Jornal A GAZETA, a recém-filiada ao PSB falou como se deu sua saída da política, bem como suas expectativas para o futuro.

Embora tenha se filiado ao PSB em um ano de eleição, ela garante que não participará do pleito. Seu objetivo é trabalhar nos bastidores. Caso volte a candidatar-se, Aryanny afirma que provavelmente será ao parlamento municipal.

Cadaxo falou também sobre o que a motivou a voltar para a vida pública. Enquanto esteve afastada, ela estudou Designer Imobiliário em Lisboa, Portugal. “Voltei decidida a trabalhar na área de designer, tanto que iniciei diversas conversas com setores da área. Porém, a cada passo que eu dava em direção a essa nova vida, me esbarrava com pessoas que me incentivavam a voltar à vida pública”.

Quanto ao futuro, ela espera contribuir com o fortalecimento do PSB. “Quero somar ao projeto do PSB. Se for da vontade de Deus, quem sabe possa até me candidatar à Câmara novamente. Um passo de cada vez”.

 

A GAZETA – Foram cinco anos longe da política. O que a levou a ficar tanto tempo distante da vida pública?

Aryanny Cadaxo – É um pouco complicado falar a respeito, tendo em vista que a situação marcou tanto a mim quanto minha família. Às vezes, na vida, nos decepcionamos com algumas coisas e, infelizmente, em determinado momento, a política me proporcionou uma certa tristeza. Um caso em especial me fez decidir abandonar todo o meu trabalho, o meu partido, tanto que não quis nem construir uma conversa com outras siglas. Durante um tempo, ainda fiquei trabalhando nos bastidores até que decidi me mudar para Lisboa, onde morei por dois anos e estudei Designer Imobiliário. Não há um mal que não traga um bem. Hoje, sou muito abordada nas ruas e as pessoas me pedem para voltar. Não há nada que pague esse carinho que tenho recebido.

 

A GAZETA – Voltou decidida a dar continuidade ao trabalho parlamentar?

  1. C. – Na realidade, voltei decidida a trabalhar na área de designer, tanto que iniciei diversas conversas com setores da área. Porém, a cada passo que eu dava em direção a essa nova vida, me esbarrava com pessoas que me incentivavam a voltar à vida pública. Lembravam da importância que foi o meu mandato e isso começou a falar mais alto no meu coração. A partir de então, comecei a assimilar que, às vezes, as nossas escolhas não são aquelas que nos são mais convenientes, às vezes têm missões que Deus coloca em nossas vidas. Comecei a enxergar dessa forma.A GAZETA – Durante esse período em que você esteve afastada da política, nunca teve vontade de voltar? Nunca sentiu falta do parlamento?
    1. C. – Confesso que senti falta da defesa em favor do nosso povo. Não há nada mais gratificante na vida do que trabalhar em favor de alguém, de uma causa. Mas, aquela parte negativa que a política, às vezes, proporciona, não, isso não senti falta nenhuma. Quando deixei a política, estava realmente decidida a não voltar, muito embora nunca tenha deixado de gostar da política. Tinha me decepcionado tanto que a única coisa que queria era uma vida nova. Voltei ainda decidida a me manter longe, mas, como falei anteriormente, talvez o propósito de Deus em minha vida seja outro. Portanto, hoje, estou decidida a contribuir com o povo do meu Estado.

     

    A GAZETA – O que a política representa na sua vida?

    1. C. – A política me faz sentir viva. É algo que faz parte da minha vida, entranhou no meu sangue, no meu coração. Sou administradora e trabalhava com meu pai quando surgiu a oportunidade de ingressar na política. Cai de cabeça, pois vi a oportunidade de fazer a diferença na vida das pessoas, de poder realmente ajudar. Um mandato te abre muitas portas e te proporciona realmente contribuir com a demanda do povo. Ajudamos muito mais. Isso é o que me motiva a voltar a militar, a me envolver novamente na política.

     

    A GAZETA – Fale um pouco sobre a sua experiência na vereança.

    1. C. – A experiência na vereança foi muito boa. Ali é um verdadeiro aprendizado, é uma escola. A Câmara é diferente da Assembleia Legislativa. Lá, você fica mais em contato com as pessoas. Não desmerecendo o trabalho dos deputados estaduais, que também é de extrema importância para nossa sociedade, para o Acre. Na Câmara, o ritmo é mais célere, até mesmo por tratar-se apenas da defesa da Capital. O tom do debate é outro. Conseguimos fazer mais barulho, levantar bandeiras, ter mais resultado com os nossos projetos. Foi uma experiência gratificante e que me fez enxergar o verdadeiro significado de representar o povo. Se for da vontade de Deus, um dia voltarei.

     

    A GAZETA – Existe a possibilidade de você participar da disputa eleitoral deste ano?

    1. C. – Não mesmo! A minha filiação no PSB não foi no sentido de participar do pleito de 2018. Se o PSB entender que precisa de mim na eleição deste ano, aí sim, do contrário vou trabalhar nos bastidores. Não tenho essa pretensão nem no futuro. Se tiver que participar de uma eleição, opto pelo parlamento municipal. Acredito que serei lá mais produtiva. Ali mora meu coração.

     

    A GAZETA – Como o PSB surgiu na sua vida?

    1. C. – Oito meses atrás começaram a surgir alguns convites para conversas informais. Muitos partidos vieram conversar comigo. Nunca procurei ninguém, ao contrário, fui procurada. Realmente estava decidida a me manter longe, tanto que nem anunciei minha saída do PCdoB. Tudo ocorreu de forma muito discreta. Dentro dos partidos que eu tinha desenhado para militar, um que combina bem com minha ideologia é o PSB. O Pedro Alexandre, um grande amigo, me fez o convite para conhecer o projeto do partido. Depois recebi o convite do Rivamar, do Artêmio e da vice-prefeita Socorro Nery. A escolha partidária é muito importante, eu levo muito a sério. Depois de longas conversas e de me sentir extremamente à vontade com a ideologia partidária, aceitei o convite para fazer parte dessa grande família.

     

    A GAZETA – Você fala com muita emoção do seu ato de filiação. O que mais te marcou nesse momento?

    1. C. – Foi um momento lindo. Nunca imaginei que aquele momento seria tão marcante da forma como foi. Você vê grandes figuras da política tecendo elogios a sua pessoa, respeitando sua trajetória política. Fiquei muito emocionada com cada palavra que me foi dirigida. O momento mais importante foi quando olhei e enxerguei minha família. Ter o apoio deles nesse recomeço na vida política é muito valioso. Agradeço a cada palavra de incentivo que me foi direcionada. À Socorro, ao Artêmio, Rivamar, César, a vice-governador Nazareth, enfim, a todos que estiveram presentes naquele dia, o meu muito obrigada.

     

    A GAZETA – Nunca passou pela sua cabeça filiar-se a um partido da oposição?

    1. C. – Não. Tenho um respeito muito grande pela oposição, porém, não encontro nos projetos deles nenhuma ligação, embora deseje muito sucesso a todos.

     

    A GAZETA – Que aprendizado você tirou do PCdoB?

    1. C. – Embora tenha deixado o partido, sou grata por tudo que aprendi ali dentro. Quem passa pelo PCdoB cria uma bagagem política bem legal. Aprendi sobre política ali dentro do PCdoB. Costumo dizer que aquele partido é o mais orgânico de dentro do Acre. Toda a militância é bem participativa, independentemente de ter mandato. A Perpétua Almeida é uma pessoa que tenho um grande carinho e admiração. Ela me ajudou a entender a política do ponto de vista da população. Devo muito a ela. Foi uma pessoa que somou muito ao longo dos meus mandatos.

     

    A GAZETA – Qual a expectativa para o futuro?

    1. C. – A melhor possível. Quero construir um novo caminho dentro do PSB. É um local que tem pessoas que eu admiro muito, portanto, espero contribuir com o fortalecimento do partido. Sinto que estou construindo um novo caminho agora e poder trazer o PSB para fazer parte dessa história é gratificante. Da mesma forma que é gratificante fazer parte da história de um partido que tem contribuído tanto com o crescimento do nosso Estado.

 

A Gazeta do Acre: