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Na “marcha da insensatez”

O que se assistiu até agora da controversa intervenção militar no Rio de Janeiro foi um espetáculo grotesco, vergonhoso, de soldados do Exército, armados de fuzis e metralhadoras, revistando mochilas de crianças de 10, 12 anos que se dirigiam às suas escolas.
Ou seja, essa decisão mal planejada e desastrada do Governo imposto pelo golpe vem dar toda a razão a alguns analistas e líderes religiosos que só vai servir para “criminalizar a população mais pobre” e comprometer a própria imagem do Exército. Como já se denominou, é um Governo moribundo que segue com a “marcha da insensatez”, expondo o país ao escárnio e repulsa das nações civilizadas.
Enquanto revistam mochilas de crianças, a essas alturas, com certeza, os chefões do crime organizado que controlam o tráfico de drogas nas favelas, já devem estar longe, levando problemas para outros estados. Dias mais, dias menos, devem chegar até a Amazônia, onde as fronteiras continuam desguarnecidas e o narcotráfico continua entrando livremente.
Aliás, de tudo o que disseram até agora o presidente e seus ministros, não se ouviu uma declaração sobre a causa maior que levou o Governo do Rio de Janeiro e de outros estados a perderam o controle sobre a criminalidade, que é exatamente a falta de vigilância nas fronteiras com os países tidos como maiores produtores e exportadores de drogas e armas.
O que surpreende é que alguns parlamentares aqui do Estado já levantaram a voz, pedindo a mesma intervenção militar ao invés de exigirem os recursos para as forças de segurança. Parvos, imbecis.

Fabiano Azevedo: