Tic, tac, tic, tac. A Unidade Penitenciária UP4 – onde ficam os presos do regime semiaberto, conhecida como Papudinha, está com os dias contados. O secretário de Segurança Pública, Emylson Farias, disse que o presídio deve fechar de vez em março deste ano.
A medida foi mais que acertada. Os moradores das proximidades, como os do Conjunto Tucumã, agradecem. Eles se sentiam inseguros, já que muitos dos detentos eram alvos de facções e aquela área de tornava uma espécie de zona de perigo.
A última morte registrada foi a do reeducando que cumpria regime semiaberto, Mossiene Damasceno Lima, de 34 anos. Na ação, três carros e uma moto de detentos que estavam no estacionamento do presídio foram incendiados e ficaram totalmente destruídos no início deste final de semana.
O que acontece na maioria dos casos, segundo a Segurança Pública, é que esses presidiários em semiaberto passam o dia na rua, alguns deles usam o tempo para praticar novos crimes, e à noite retornam para a segurança da Papudinha, onde o Estado tem o dever de protegê-los. Ali, eles estão longe dos rivais de facções e tranquilos para planejar novas ações criminosas para o dia seguinte. E toda essa operação sai do bolso do cidadão. Nós pagamos por isso e toda a estrutura da UP4.
Com o fechamento da penitenciária, os detentos em semiaberto vão usar tornozeleiras eletrônicas e serão monitorados passo a passo.
Um sonho seria o dia em que prisões começassem a fechar no Brasil por falta de detentos, como aconteceu na Holanda e na Suécia. Mas esse, definitivamente, não é o caso.
Ainda falta muito, muito mesmo, para o Brasil chegar nessa condição. Até lá, medidas assim (que já deviam ter sido tomadas há mais tempo) são uma tentativa de mandar essas organizações criminosas para o buraco de onde saíram.
Contudo, sabe-se que enquanto os gestores confundirem ações administrativas com interesses políticos a coisa não vai andar como se espera.
O que quero dizer com isso? Nossas fronteiras estão desprotegidas e a União não move uma palha para amenizar isso. É que combater o narcotráfico não é tão importante quanto brigar de quem é mais poderoso diante da mídia (ironia).
Que Deus nos acuda!
“Um sonho seria o dia em que prisões começassem a fechar no Brasil por falta de detentos”