O prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro, confirmou ontem, 20, que está deixando o MDB para se filiar ao partido do pré-candidato ao Governo do Acre pela oposição, Gladson Cameli (PP). A decisão ocorreu após ser alvo de críticas dos colegas de partido por não recuar no apoio ao progressista na eleição de 2018.
“As conversas já estão bem avançadas. Estou com os pés no PP, isso é 90% decidido. Não existe a mínima chance de voltar atrás”, falou Ilderlei.
De acordo com Cordeiro, a cúpula emedebista agiu imprudentemente ao deixar a aliança em torno do nome de Gladson. “A decisão do MDB em deixar de apoiar Gladson Cameli foi arbitrária, tendo em vista que não ouviram todas as lideranças da sigla”, disse ao pontuar que seu apoio ao progressista vai além das cores partidárias. “O Gladson Cameli para mim é um irmão, meu primo, pessoa que considero muito e não há hipótese de não o apoiar”, disse.
Reunidos – Na última segunda-feira, 19, o emedebista participou de uma reunião, em Cruzeiro do Sul, com os partidos que apoiam a pré-candidatura de Gladson. Na ocasião, Iderlei havia anunciado que, independente da decisão do MDB, ele manteria o apoio ao progressista.
“Eu, pessoalmente, deixo declarado meu apoio ao Gladson. Independente do rumo que seguir o MDB, eu vou apoiar a candidatura na qual acredito. Não é uma questão de remar contra a maré, mas nenhuma das diferenças que temos entre nós podem ser maiores do que a necessidade de mudarmos o futuro do Acre”, disse.
A fala do prefeito foi amplamente criticada pelos dirigentes emedebistas. Em sua página no Facebook, João Correia questionou a fidelidade de Cordeiro.
“Poucos são os políticos filiados ao MDB que comandem estrutura tão poderosa quanto o prefeito de Cruzeiro do Sul. Todavia, os juruaenses sabem que a vitória eleitoral de Iderlei Cordeiro teve expressiva participação e empenho do ex-prefeito Vagner Sales. E arrisco a suspeita de que grande parte dos cruzeirenses, talvez a maioria, não escolham a lealdade como a virtude mais forte de Iderlei Cordeiro, frente ao seu patrono.”
Disse também que o prefeito de Cruzeiro do Sul precisava aprender a ser um democrata. “Se se vai a um debate, tem-se que se ter voz e voto e se respeitar o resultado. Aceitar um resultado somente se ele convier é uma atitude autoritária, infantil e bisonha”.
Por fim, frisou que era preferível perder Ilderlei do que ao ex-prefeito Vagner Sales. “Uma perda é sempre uma perda. Não vamos subestimar o fato do Ilderlei ser prefeito da segunda maior cidade do Acre. Mas, perderíamos muito mais se ficássemos sem o Vagner Sales”.