O Brasil tem uma nova queridinha: Gleiciane Damasceno da Silva, ou, simplesmente, a ‘Gleici’. Com seu jeito leve de ser muita humildade na forma de encarar o chamado ‘jogo’, a estudante de Psicologia de 22 anos está encantando o país com a sua participação no Big Brother Brasil 18, e já desponta como uma das favoritas a levar o prêmio de R$ 1,5 milhão.
O retorno triunfal da sister acreana do quarto farol foi recorde de audiência desta edição do Reality Show. Mesmo sendo exibido em um horário não considerado nobre (o programa foi ao ar das 22h às 23h no fuso horário de Brasília/DF, em plena sexta-feira), a média foi de 32,4 pontos de audiência. Tal marca foi quatro vezes maior do que a segunda concorrente (o SBT, com o programa do Ratinho) e sete vezes maior do que a terceira concorrente (a Record).
“Aqui temos Gleicis, assim como também temos Patrícias, Diegos, Jéssicas, Mahmouds, Wagners, Paulas, Carusos, e acreanos que representam as personalidades de todos os demais participantes”
Ao ser escolhida para participar do BBB 18, teve quem gostou da Gleici e teve quem criticou. Teve quem tentou levar a escolha dela para conotações mais políticas pelo fato de Gleici ter sido militante petista. Teve quem achou que deveríamos mandar uma gostosona. E teve quem só se orgulhou pelo Acre, pela primeira vez em 18 anos, ter um representante no programa.
Lá dentro da casa, as reações foram maiores ainda. Enquanto alguns dos brothers e sisters a abraçaram, elogiaram o seu sorriso, a sua simplicidade, trataram-na como igual, independente da força de estados ou de representatividades, outra parte preferiu menosprezá-la, dar-lhe o rótulo primeiro de dorminhoca, e agora de ‘planta’. Seu nome parecia doce na boca dos combinadores maquiavélicos dos domingos de votações, tornando-a figurinha constante nos paredões do programa. Mas estes quebraram a cara, pois ela sempre voltava.
A participação de Gleici no programa é ótimo para mostrar a todo o Brasil que os acreanos são pessoas normais, como os cidadãos de quaisquer outro estado brasileiro. Zoações à parte, sim, existimos, viajamos com bastante chão para ir a outros estados (ainda mais levando em conta os preços de passagens aéreas pra cá), não somos bolivianos (pelo contrário, lutamos muito pra ser brasileiros), não vivemos no mato e, tampouco, não criamos onças (nem dinossauros).
Que bom que o Brasil está vendo isso. Não falo em termos de representação. Uma Gleici não representa um Acre inteiro. Não somos todos iguais a Gleici. Aqui temos Gleicis, assim como também temos Patrícias, Diegos, Jéssicas, Mahmouds, Wagners, Paulas, Carusos, e acreanos que representam as personalidades de todos os demais participantes. O ponto positivo é fazer a nação brasileira ver que empunhamos a bandeira verde-amarela como o faz qualquer outro estado. E, mesmo que um tanto isolados fisicamente de regiões mais centralizadas, mais ricas ou de maior aporte político, somos brasileiros de igual valor para a nossa pátria amada, Brasil.
Portanto, meu voto é na Gleici, campeã do Big Brother Brasil 18. Ela merece!
* Tiago Martinello é jornalista.
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