Tudo na vida exige o mínimo de organização. Desde pequena, minha mãe já passava algumas tarefinhas para que eu fosse me adaptando a isso. Era uma louça para enxugar, uma roupa para dobrar e à medida que eu ia crescendo as tarefas também evoluíam.
Graças à dona Renilde, eu aprendi a arrumar a casa, cuidar do quintal e a economizar no que fosse possível. Isso foi importante quando fui morar em outro lugar, mas nada, absolutamente nada, preparou-me para o que estava por vir.
Quem casa quer casa, já dizia o ditado. De fato. A questão é: como cuidar de tudo isso, trabalhar, socializar, muitas vezes estudar, como é o meu caso, e manter a mente saudável?
“Ser adulto tem suas responsabilidades, mas, apesar disso, não podemos esquecer a principal delas que é ser feliz”
Primeiro que as conversas românticas com seu parceiro dão lugar ao planejamento das contas, à divisão de tarefas e por aí vai. Isso não é ruim, apenas diferente do que você estava acostumada.
Ser adulto é ir ao supermercado com cem reais achando que fará a feira da semana e acabar saindo apenas com três sacolinhas.
Ser adulto é economizar até no que já é econômico, é se agarrar em cada promoção possível.
Você tem que descongelar a carne para comer, tem que cuidar das correspondências, tem que procurar postos com combustíveis mais baratos e tem que separar dinheiro para os imprevistos.
Ser adulto é muito mais do que isso, é claro. Ser adulto é bom, mas exige o mínimo de organização. Até quem não gosta de planejamento acaba seguindo alguma rotina em algum momento.
Ser independente é ótimo, mas a verdade é que sempre teremos vínculos com algo ou alguém. Essa é a regra.
Visito minha mãe todas as semanas. E a cada vez eu olho para aquela casa e penso em como ela é forte por manter tudo em ordem. É o tipo de ambiente que quero criar para quando tiver meus filhos e netos.
Ser adulto tem suas responsabilidades, mas, apesar disso, não podemos esquecer a principal delas que é ser feliz.
* Brenna Amâncio é jornalista.
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