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Cúpula do MDB decide voltar para a aliança com Gladson Cameli na disputa ao governo

A cúpula do MDB recuou e decidiu voltar a apoiar a pré-candidatura do senador Gladson Cameli (PP) na disputa ao governo do Acre. Uma das justificativas usadas pelos emedebistas para explicar o retorno à aliança foi a de que os prefeitos do interior estavam relutantes em apoiar o militar Ulysses Araújo. O ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales, foi o responsável por trazer o MDB de volta a aliança Cameli/Rocha.

Em entrevista a um site local, o emedebista frisou que manteria o apoio a Cameli, ainda que o partido seguisse outro caminho. “Eu jamais seria obstáculo para unidade das oposições no Acre”, disse Sales ao pontuar ainda que “o que pesou na sua decisão foi o fato da candidatura de Cameli já está sendo trabalhada há muitos anos por lideranças emedebistas do interior”.

Segundo Sales, Márcio Bittar (MDB) foi o único emedebista, durante a reunião corrida na tarde da última quinta-feira, a declarar-se contrário ao retorno do MDB à aliança com Cameli.

“O Márcio pediu uma semana para pensar. Ele disse que vai sentar para conversar com suas bases de apoio e sua família. O MDB mantém as portas abertas para ele compor a chapa majoritária. O partido respeita a decisão, mas precisávamos tomar uma decisão para colocar um ponto final nas especulações”, destaca.

Quanto à escolha do deputado Major Rocha (PSDB) como vice na chapa de Gladson, Sales pontua que o assunto já está resolvido. Ele destaca que os interesses do Estado estariam à frente das desavenças.

Com relação ao possível apoio a pré-candidatura de Ulysses Araújo, Vagner frisa que em nenhum momento o partido confirmou que o apoiaria. “Em nenhum momento eu afirmei que estava rompendo com o Gladson. O diálogo com o Coronel Ulysses é um fato normal, já que ele diz que faz oposição ao governo do PT. A direção não disse que tinha fechado questão em apoiar uma candidatura de terceira via”, ressalta.

Ulysses como vice

O presidente regional do MDB, deputado federal Flaviano Melo, frisa que a sugestão de trazer o militar para o grupo foi dada por Márcio Bittar e corroborada por Vagner Sales. Melo falou ainda sobre o anúncio de Rocha como vice e a polêmica em torno do nome de Ulysses. Segundo o deputado, horas antes do anúncio Gladson teria tido uma conversa com o militar.

“A decisão de convidar o Ulysses para ser vice foi autorizada pelo Vagner Sales. Depois disso, o Gladson pessoalmente fez o convite. Após a quebra de palavra e o Rocha ser anunciado, tivemos outra reunião da executiva e saiu a nota. Inclusive, quem sugeriu a convocação dessa plenária para que todos que fazem parte do MDB opinassem fui eu, e a executiva concordou”, disse o dirigente emedebista, ao informar que manteve o silêncio para não afrontar a executiva do MDB.

Surpreso com a decisão

Nos bastidores comenta-se que o Coronel Ulysses Araújo ficou bastante surpreso com a notícia do MDB a aliança com Cameli. Ele conclamou a população a colocar um fim a velha política, baseada em “mentira, na rasteira e no poder do dinheiro”.

“Não tenho e não queremos ter a experiência política que tanto envergonha o nosso país e nosso Estado. Prefiro ser ofendido e enganado a ofender ou enganar qualquer pessoa. Nossa caminhada não será fácil, assim como a caminhada da maioria da população do Acre não tem sido fácil diante de tanta miséria, violência e mentira”, disse ao confirmar ainda que mantem sua pré-candidatura.

Foto /Divulgação
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