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Mês da Mulher: a luta pela igualdade de gênero e de direitos não para

 

FOTO/ Márcia Foletto

No dia 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher. Durante todo o mês ocorrem programações que fomentam o poder feminino na sociedade. Mas, o que elas pensam do Dia das Mulheres? É uma data a se comemorar?

Os episódios de violência contra a mulher se repetem diariamente em todo o país. O caso mais recente foi a morte da vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros dentro de um carro, enquanto voltada de um encontro de mulheres negras, no Rio de Janeiro. A parlamentar era reconhecida por atuar em favor dos moradores das favelas, pelos direitos das mulheres e negros. A polícia acredita que o crime se trata de uma execução.

O assassinato de Marielle não é um fato isolado. Ano passado, uma professora catarinense ficou feriada após ser agredida dentro da escola por um aluno de 15 anos. Marcia Friggi recebeu uma sequência de socos depois de ter expulsado o estudante de sala por mau comportamento.

A violência contra a mulher não está distante da realidade dos acreanos. Em 2016, a vendedora Keyla Viviane dos Santos, de 29 anos, foi assassinada a golpes de faca pelo ex-marido em frente à loja de confecção que trabalhava.

Recentemente, a jornalista Júnia Vasconcelos foi vítima de ataques homofóbicos e machistas, no “mês na mulher”. O advogado que agrediu a jovem também chamou todas as profissionais da imprensa de ‘garotas de programa’, em um grupo de WhatsApp formado por operadores do Direito.

E assim, todos os dias a Maria, Joana, Luíza e tantas outras, seguem sendo vítimas de uma sociedade machista. A secretária Municipal da Mulher, Lidianne Cabral, diz que apesar de várias conquistas, ainda há muito que avançar em relação aos direitos da mulher e igualdade de gênero.

“Os casos de violência contra a mulher sempre existiram. Quando começamos a discutir, a brigar mais, tornam-se mais visíveis. O que aconteceu no RJ acontece todos os dias, em todos os lugares do mundo”, afirma.

Cabral revela o medo que as mulheres, sobretudo aquelas que lutam por uma causa, como o feminismo, sentem diariamente. “Estamos passando por um processo de desmonte, que é o retorno da ditadura militar, das milícias. É uma coisa que está assustando todas nós, principalmente para as mulheres que se intitulam feministas e mulher de movimento social, como eu e muitas companheiras. Nós ficamos com muito medo, mas isso não nos torna menos guerreiras”.

A secretaria lamenta a morte da vereadora e reafirma a luta por uma sociedade mais justa. “O luto nos faz lutar. O luto de uma companheira nossa é também a força que nos move para continuar lutando, para que outras mulheres também se sintam fortalecidas para continuar na luta”.

A Secretaria de Estado de Políticas Para Mulheres, a Secretaria Municipal Adjunta da Mulher e o Movimento Feminista do Acre promovem nesta quinta-feira, 15, um ato em protesto à morte da vereadora.

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