Como se assistiu, não foi o ex-presidente Lula que se sentiu constrangido ou humilhado ao se entregar para ser preso no final de semana, mas foram os autores e co-autores de sua prisão arbitrária, que não puderam saír às ruas de suas mansões com receio da reação popular.
Também, como esperavam empresários e a classe média preconceituosa, egoísta e idiotizada, o dólar disparou e a bolsa de valores despencou diante da repercussão negativa, catastrófica com as manchetes da imprensa internacional, que não poupou análises e críticas ácidas à prisão do ex-presidente. No popular, “o tiro saiu pela culatra”.
De nada valem autoridades maiores do Poder Judiciário e outros poderes afirmarem que ninguém está acima da lei e outras justificativas esfarrapadas, considerando suas decisões seletivas e políticas essas, sim, que beneficiaram políticos flagrados negociando malas de dinheiro.
Contudo, essas mesmas autoridades ainda terão a chance de se redimir ao analisar a liminar que será submetida amanhã no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo ministro Marco Aurélio, para dirimir de vez a questão da prisão ou não depois da segunda instância.
Se forem coerentes e tiverem um mínimo de bom senso, repararão a injustiça que cometeram contra o ex-presidente, cujo processo de condenação não resiste ao que ao preconiza a Constituição e o Código Penal.