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É isso que se quer?

Vale repetir que, independentemente, do resultado da votação do habeas corpus do ex-presidente Lula pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a crise institucional só tenderá a se agravar, com consequências imprevisíveis.
E para agravá-la, como se assistiu, só faltavam mesmo pronunciamentos de generais do Exército, ameaçando que poderão intervir no processo, repetindo o que aconteceu em 1964, quando se implantou no país uma ditadura militar que se prolongou durante trinta anos. É isso que se quer de novo para o país?
Evidentemente, que são opiniões pessoais, mas, mesmo assim, deveriam levar a sociedade civil organizada a refletir seriamente e reagir diante desses destemperos que em nada contribuem para o bem do país que vem amargando, além da crise institucional e política, uma crise econômica que jogou no desemprego mais de 13 milhões de brasileiros.
É de esperar também que os ministros da suprema Corte avaliem a gravidade da situação e reparem os erros de um processo judicial construído e contaminado por convicções pessoais político-ideológicas de um grupo de operadores da Justiça que, em várias ocasiões, manifestaram essas convicções, sem nenhum constrangimento. Um deles, um procurador de Justiça(!), chegou a declarar que está em jejum pela condenação do ex-presidente.

Fabiano Azevedo: