Mais uma vez, desastrosa a medida adotada pelo presidente Michel Temer para tentar conter o manifesto dos caminhoneiros.
Autorizar o uso das forças do Exército de maneira “rápida e “enérgica” para liberar as rodovias “bloqueadas” nem de longe se configura numa decisão firme e corajosa para solucionar os problemas do país.
Ao contrário, demonstra, novamente, a total inabilidade política e humana de um presidente ilegítimo e cada dia mais impopular, por motivos óbvios. E, pior, remonta a tempos sombrios (e não muito distantes) da ditadura militar no Brasil.
É evidente que uma solução rápida e eficiente precisa ser negociada, com diálogo e bom senso de ambas as partes, para acabar com a paralisação e solucionar a crise de abastecimento que já afeta severamente diversos estados brasileiros.
Entretanto, é óbvio também que o uso da força e, consequentemente, da violência jamais serão o melhor caminho a seguir. Principalmente, quando o “outro lado” da mesa de negociação é formado não por bandidos ou por uma “minoria radical”, como quer fazer parecer Temer. Mas por trabalhadores de verdade, gente pobre e digna, que assim como outros milhares de brasileiros estão apenas lutando para sobreviver em um país massacrado pela crise.