Não foi por falta de avisos, de advertências, de ponderações que o Brasil chegaria a esse caos que se está assistindo nesses dias com a paralisação ou greve dos caminhoneiros que provocou o desabastecimento dos combustíveis e de gêneros alimentícios de Norte a Sul do país e outras manifestações que ainda estão por vir, como uma greve dos petroleiros que se está anunciando.
Só para lembrar, assim que foi tramado e consumado o impeachment da presidente da República com o golpe parlamentar e as primeiras reações da sociedade civil organizada começaram a surgir, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio de Mello, previu e advertiu que o Governo imposto seria obrigado a convocar as Forças Armadas para sair às ruas e tentar restabelecer a ordem.
É o que está ocorrendo nesses dias não só com a greve dos caminheiros, mas também com a balbúrdia que ocorreu anteontem no Congresso Nacional, quando, a pedido do presidente da República, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, convocou tropas do Exército para impedir que manifestante invadissem a Casa e chegassem até o Palácio presidencial.
Desacreditado e acuado, com rejeição total da sociedade, o presidente passou a se valer de helicóptero para ir e vir ao palácio e, como se viu, por uma dessas ironias ou farsa, passou a ser alvo dos chamados “paneleiros” toda a vez que aparece na televisão.
O que ainda virá daqui por diante não se sabe e tudo pode acontecer. Fato é que não se mexe impunemente na ordem constitucional de uma Nação e quando isso acontece, como está se assistindo, é o caos, a anomia e a indignação e revolta da sociedade.