Este é o mês do Dia das Mães, uma data comemorativa que pela importância poderia ser celebrada todos os meses do ano. Lembro-me com clareza dos dias que cheguei cansada do trabalho, sem forças para preparar algo pra comer e minha mãe, que já tinha imaginado como eu chegaria, havia preparado minha comida preferida.
Recordo dos dias em que fiquei internada, me tremendo de febre e com muita dor. A vista estava embaçada, mas ao lado do meu leito eu conseguia ver nitidamente a figura da minha mãe. Quando delirava de dor ela segurava minha mão, enquanto eu apertava com todas as minhas forças.
Minha mãe nunca foi a mais carinhosa, mas sempre foi presente. A sua lealdade mesmo durante minha adolescência, uma fase difícil da minha vida, sempre foi admirável. Ela me ensinou tudo que sei e sou hoje. Ensinou-me a ser honesta ainda na infância, quando peguei algumas moedinhas da mesa do meu inocentemente. Lembro com detalhes da lição que aprendi naquele dia.
“Se ser mãe é viver no paraíso, ser filho é ter um paraíso onde morar”
Ela me ensinou a ser uma pessoa responsável com tudo. E quando eu digo tudo, é tudo mesmo. Quem me conhece, sabe. Me mostrou que ser pontual é primordial e que mesmo que os outros não sejam, eu preciso cumprir o meus horários.
Minha mãe sempre me deu tudo que eu quis, inclusive a liberdade de fazer minhas escolhas, que muitas vezes foram erradas. E se eu quebrei a cara, não foi por falta de aviso. Mas, mesmo assim, ela também já havia mencionado que eu aprenderia todas aquelas lições “apanhando da vida”. Apanhei. E não é que ela sempre esteve certa?
Dizem que só vamos entender a agonia e preocupação das nossas mães quando nos tornamos mães também. As noites em claro enquanto estávamos na balada, a preocupação com as provas da escola ou até uma saída numa noite fria sem levar um casaco, por pura precaução.
O sentimento de ser mãe eu ainda não sei descrever, mas posso dizer que ser filho é entender que todas as mães são iguais, só mudam de endereço. Todas as mamães têm por nós, filhos, o verdadeiro amor incondicional. Todas viram verdadeiras leoas quando vêm seus filhos sendo ameaçados por qualquer coisa ou pessoa. Se se mãe é viver no paraíso, ser filho é ter um paraíso onde morar.
Bruna Mello é jornalista.
E-mail: [email protected]