Atualmente vivemos em meio a muitas informações. Nossa rotina é bombardeada com tantos assuntos, notícias e mensagens que não conseguimos dar conta de armazenar todos e nem de aprender algo definitivo sobre eles. É interessante notar que essa enxurrada de novidades nunca é absorvida com profundidade, mas a maioria das pessoas as debate, critica, opina sobre e julga de forma constante.
O mundo parece estar rodando mais rápido. Ou será a maneira com que as informações chegam até nós que tem acelerado? Fato é que diariamente muitas coisas acontecem e vão parar nos meios de comunicação para o deleite daqueles que adoram novidades. Muitas vezes nem tantas novidades assim aparecem, mas revisitadas leituras deste ou daquele assunto um dia já badalado.
Dessa maneira, fica quase impossível absorver com profundidade muita coisa. Nosso cérebro não daria conta de tanta informação e aí entra a necessidade de saber o que realmente interessa e o que vai nos auxiliar, seja na carreira, na vida pessoal, nas informações de saúde ou de qualquer área. Mas nem sempre há uma preocupação em selecionar fatos, construir argumentos e buscar posicionamentos coerentes.
Além disso, essa prática causa uma onda de ‘especialistas em coisa alguma”, ou seja, aquelas pessoas que leem superficialmente, mas que consideram-se capazes e no direito de expor sua opinião bem rasa sobre o assunto sem se importar quais as consequências disso. Quando nos posicionamos, seja em rede social, cara a cara ou em qualquer circunstância, corremos o risco de divulgar inverdades, construir mitos e perpetuar informações que não contribuem. Viver em sociedade é, também, ser responsável pela autoria de suas falas, de sua escrita e de toda a linguagem que faz parte da vida de todo cidadão.
Portanto, antes de sairmos esguichando para as outras pessoas as nossas ‘verdades’ saibamos que cada palavra dita e cada notícia construída ou replicada recai como responsabilidade de quem a emitiu. Que sejamos comprometidos com o que dizemos e escrevemos para não transmitirmos inverdades, pois já anda muito difícil viver em um mundo cosmético além da conta.
* Nayra Claudinne Guedes Menezes Colombo é professora, servidora pública, mestre em Letras.
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