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Possível reajuste na passagem de ônibus é alvo de críticas dos usuários na Capital

 

A notícia de um possível aumento no preço da tarifa está preocupando os usuários dos coletivos. O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do Estado do Acre (Sindcol) apresentou uma planilha de custos para o Conselho Tarifário, que prevê que a passagem passe de R$ 3,50 para R$ 4,55.

Agora, a câmara técnica do Conselho terá quinze dias para analisar a proposta e elaborar ou não uma contraproposta. A expectativa é que o processo seja concluído até o dia 5 de junho. O último reajuste ocorreu em fevereiro de 2017, quando a passagem passou de R$ 3 para R$ 3,50.

Mas, qual a opinião dos usuários sobre o reajuste? Para entender melhor a real situação de quem utiliza transporte público todos os dias, a reportagem do A GAZETA conversou com algumas pessoas.

O estudante Richard Brilhante, 22 anos, utiliza transporte coletivo no mínimo duas vezes ao dia. Ele lamenta o possível “quase certo” aumento no preço da tarifa de ônibus. “A situação financeira do país está difícil, a população mais carente é quem utiliza desse serviço e não aguenta deixar quase metade do seu salário nas mãos das empresas de ônibus. Isso sem falar nas péssimas condições dos coletivos, dos atrasos e da lotação”.

Para Brilhante, a situação pode melhorar com o aumento da concorrência ao abrir licitação para novas empresas de ônibus. “É preciso quebrar o monopólio. É preciso ter concorrência para garantir a mínima qualidade e preços mais justos”.

A estudante Amanda Lanzetti, 22 anos, explica que apesar de pagar R$ 1 na passagem de ônibus, não acha justo cobrar caro por um serviço considerado ruim pela maioria dos usuários.

“Em Rio Branco só temos ônibus como meio de transporte, não temos opção e eles sabem disso. Além disso, são poucos carros. Agora que começaram a usar os terminais de integração, mas quase sempre temos que pegar dois ônibus pra ir para lugares perto porque as linhas não são pensadas direito. Se querem cobrar esse valor que ao menos ofereçam um transporte digno e de qualidade”, desabafou.

A reclamação é sempre a mesma: o preço cobrado não condiz com os serviços prestados pelas empresas. Carros desconfortáveis, lotação, demora no tempo de espera e preço de tarifa alto são as principais críticas dos usuários.

“Em horário de pico é difícil até o motorista parar, muitas vezes eles passam direto com o ônibus lotado. Todo dia pego dois ônibus pra ir e dois pra voltar do trabalho, e é sempre a mesma coisa. Às vezes chego atrasada e sempre vou em pé, já chego cansada no trabalho”, contou a empregada doméstica Luzia Lopes, 28 anos.

Vale ressaltar que, o advogado e líder da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Rede), Gabriel Santos, afirmou que se o reajuste for aprovado, ele deve recorrer, mais uma vez, à Justiça. “Valor absurdo e impraticável! Falei ontem para a prefeita Socorro Neri, ela disse que vai aguardar o parecer técnico para se manifestar. Estamos atentos”, escreveu em sua rede social.

Categories: Flash
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