Estava aqui pensando num caminho para começar meu artigo e me veio na cabeça à música do Gonzaguinha: “E a vida? E a vida o que é, diga lá meu irmão…”. Lembrar dessa música me fez recordar de momentos bons na minha vida, em especial, na minha infância. Tempos que não voltam mais.
E afinal de contas, o que é vida? Sem entrar em questões de religião ou crenças, sejam elas quais forem, no meu entender é de que a vida é uma passagem, um período que temos para crescer, aprender, sonhar, realizar, dar e receber, trocar e cumprir um destino, cair e levantar, sorrir e chorar.
Muitos acreditam que vivemos uma só vez e acabou, outros acreditam que podemos reencarnar quantas vezes precisarmos para evoluir, outros acreditam em céu e inferno depois da morte, e sei lá mais quantas crenças existem por aí. Mas numa coisa acho que há unanimidade, pelo menos é isso que entendo: essa vida que estamos tendo hoje é única. É preciosa e não pode ser desperdiçada.
Ninguém, por mais pessimista que seja vive só de perdas e nem os mais otimistas vivem só de ganhos. E esse é o jogo, isso é a mola que nos impulsiona a seguir em frente nesse caminho desconhecido, sempre nos perguntando: qual será o próximo desafio? O que vou encontrar na próxima esquina? Ninguém sabe…
Claro que planos são feitos, tentamos traçar os melhores caminhos, prospectar o futuro de maneira que hoje, nos parece o mais sensato, baseados na informação que temos em mãos, que, na verdade, são formadas pelo que vivemos (passado), pela situação de hoje (presente) e no que esperamos que aconteça (futuro), mas esse terceiro elemento não existe… ainda.
“Somos nós que fazemos a vida, como der, ou puder, ou quiser…” E por mais que coloquemos esforços para que tudo dê certo, para que as peças se encaixem, algumas (muitas) vezes, temos que parar e redirecionar nosso destino. Pode ser uma perda ou um ganho, vai depender da maneira de cada um para encarar a sua situação.
E isso acontece porque, como já escrevi, a vida se assemelha a um jogo. E nós, indivíduos, fazemos cada um nossos próprios planos, traçamos nossas estratégias. Só que os fatos, para seguirem o curso traçado, não dependem somente da nossa vontade. Tem outros indivíduos que também fizeram seus planos, que estão tocando a sua vida. E quando não temos a ‘sorte’ de que a nossa rota se encaixe perfeitamente na rota do outro que, de alguma forma, vai cruzar nosso caminho, somos surpreendidos pelo ‘não deu certo’ ou ‘perdi’, ‘não era isso que eu queria’ etc, etc.
* Marcela Jansen é jornalista.
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