Se alguém te dissesse hoje que mulheres ainda ganham menos que os homens mesmo executando funções iguais, você acreditaria? Você acreditaria que a mulher sofre discriminação em pleno século XXI pelo simples fato de ser o que é?
Muitos me responderão que “sim”, mas haverá sempre aqueles descrentes, que preferem seguir o ditado “o que os olhos não vêem o coração não sente”.
Pois me deixa compartilhar alguns dados com você. De acordo com um estudo do IBGE, por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016, no Brasil, 28,2% das mulheres trabalham mais durante a semana enquanto 14,1% dos homens fazem o mesmo. As mulheres estudam mais também. Elas chegam mais longe em relação ao nível de escolaridade. Se você já frequentou uma faculdade, basta olhar a sua volta e perceber que na maioria das salas, elas prevalecem.
“Ninguém está pedindo para tirar direitos,
mas sim dar a quem merece o que lhe é devido”
Apesar desses dados mostrarem que a mulher é capacitada, trabalhadora e preparada ao longo da vida, no parlamento são representadas por apenas 10,5%, a nível nacional. O Brasil perde em representatividade de mulheres na política para países como Bolívia, Cuba, Ruanda e Senegal. Ele aparece lá em baixo.
No total, os cargos gerenciais no Brasil são ocupados por homens, 62,2%. Mulheres que chegam mais alto, na maioria, são colocadas em cargos de gerente júnior, ou seja, fazem o mesmo serviço e recebem menos por isso. É complicado para uma mulher chegar até lá, segundo relatos, pelo fato da fecundidade. Há empresas que pedem exame de gravidez antes de contratar alguma delas e as fazem entregar exames assim com periodicidade.
O Acre é campeão em taxa de fecundidade. A cada mil adolescentes e mulheres de 15 a 19 anos de idade, 97,8 já têm um ou mais filhos.
Infelizmente, empresas e órgãos vêem problema no fato de uma mulher precisar sair do trabalho para cuidar do filho doente, afinal, essa tarefa é só da mãe, não é mesmo? Não.
É preciso desconstruir esse pensamento antiquado. Ninguém está pedindo para tirar direitos, mas sim dar a quem merece o que lhe é devido. Há espaço para todos nesse barco.
* Brenna Amâncio é jornalista.
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