Dois mil e dezoito. Estamos em um ano complexo, que requer maior discernimento de todos nós. Não se deixe enganar leitor. Carnaval passou faz dias. Alagações são tristes, mas são só um drama temporário. Este também não é “um ano de Copa do Mundo”. A Copa é só um mero evento esportivo que, sim, mexe com os brios do brasileiro, povo apaixonado por futebol. Mas que esta paixão não mascare o verdadeiro acontecimento que vem em sequência e único capaz de recolocar o nosso país nos trilhos novamente.
Estamos em um ano eleitoral. E eleição é sinônimo de política. Sei que nos últimos anos muitos têm todos os motivos do mundo para ser avessos a isso. Ainda mais em um país como o nosso. Só que agora não há para onde correr. Quer você queira ou não, leitor, agora é tudo em torno da política. Não importa se o período eleitoral é mais curto ou se há mais regras restritivas na legislação eleitoral. No fim das contas, todo mundo vai ter que ir lá na urna e votar. E, até lá, tudo o que você vê, ouve e fala está ligado à política.
Nada mais se separa dela. Mesmo se 3, talvez 4 meses forem tidos como “eleitorais”, pouco importa. São só formalidades técnicas. Meio que parte do script. Na real, a maior certeza deste 2018 é que você vai ficar o ano inteiro sendo bombardeado por discursos políticos, e os próximos 4 anos que se seguirem serão apenas o reflexo deste agora.
Duvida? Tente se lembrar, então, qual desfile de escola de samba chamou mais atenção nesse Carnaval que passou? Qual foi a primeira imagem que ‘venderam’ da participante acreana do Big Brother? Ao que se atribui às oscilações de índices e/ou taxas positivas e negativas no Brasil? E as reformas? O debate Segurança Pública vs Guerra de Facções? Até o desempenho da Seleção Brasileira na Copa ganhará, como sempre, o realce, com aquelas associações bem forçosas, do que está certo ou errado no país. Espere pra ver!
Dito tudo isso, está mais do que claro que não dá para fugir dessa onipresente política. Seja na sua faceta mais pura, efetiva e altruística até a mais vil, enganosa e corruptiva, ela se faz presente no seu dia a dia. Virar as costas e ignorá-la não muda nada. Pelo contrário, te anula. Torna-te só mais um entre tantos da massa dos passivos enganados.
Portanto, faça mais. Revide contra essa superexposição politiqueira, e confie na sua noção do que é o mais certo. Seja maior do que debates políticos de maquiagens, do que cores partidaristas ou do que promessas falsas. Não vote em pessoas, nem em interesses pessoais e muito menos em agrados. Vote em ideologias. Vote em propostas para mudar os nossos sistemas falidos. Vote na esperança de viver um Brasil melhor no amanhã.
* Tiago Martinello é jornalista.
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