Longevidade é sinônimo de vida longa, qualidade de longevo, que tem muita idade, idoso, etc. O termo não significa, necessariamente, viver bem, com saúde e paz de espírito.
No presente século, no universo de bilhões de seres humanos, há seguramente quem já ultrapassou os 100 anos de existência terrena. Muitos desses privilegiados estão no anonimato. No entanto, há alguns bastante conhecidos nos quadrantes da terra. Kirk Douglas, considerado um dos melhores atores da história do cinema, protagonizando filmes épicos, “Spartacus” (1960) e Ulisses (1954), caminha para os l02 anos de idade ou vida! Do mesmo modo, Olívia de Havilland de “E O Vento Levou!”(1939) fez recentemente 102 anos de idade!
Mas, fato é fato, olulante, diria Nelson Rodrigues: Kirk e Olívia estão velhos. Verdade inexorável! Velhice mesmo!!
Diante desta realidade radical, a velhice, que precede à morte, qual seria a postura do homem para tornar a existência terreal, após os sessenta, agradável e bem vivida?
A primeira decisão é aceitar, no íntimo da alma, que a vida é um ciclo e que a velhice é uma realidade natural. A propósito dessa realidade, vivo a filosofar com os jovens sobre uma velha máxima: _A única fórmula de não envelhecer, é morrer novo! (rsrs)!!
A segunda ilação, para nós idosos, seria desmitificar no nosso interior ou psicológico, a imagem geral que as pessoas, salvos exceções, que já passaram dos 60 anos, tem de si mesmas. Livrar-se da “pecha” de que se achar velhas, em demasia, para empreender atividades no campo da educação e em outras áreas da vida. _Ah, estou velho, ou velha demais e sem potencial para disputar o mercado de trabalho! Grande parte, dos que assim pensam, passa a viver de bicos ou mendicância nas ruas das principais cidades.
Sabe-se, entretanto, que esse estado de ânimo interior é, na maioria dos casos, sucumbido, na vida de muitos idosos, por não terem status quo empresarial, político, religioso, etc. e tal. Por conseguinte, têm contra si o alto preconceito duma sociedade pós-moderna que só enxerga o que é novo. Deste modo, sem apoio da família, são forçados pelas circunstâncias, a sair das atividades econômicas.
Mas, essas são questões existenciais provenientes das desigualdades sociais, que alienam principalmente o idoso de origem humilde, e para as quais não há nenhum vislumbre de reparação. O que fazer, então, para levantar a auto-estima de homens e mulheres que carregam o estigma de “velhos”?
Na minha ótica, os mais variados cursos que existem, pelo mundo afora, ensinando como envelhecer feliz, apesar de bem-vindos e salutares para o corpo decaído esteticamente, são sem eficácia para a mente; porquanto, ao contrário do corpo, o espírito não decai com o passar dos anos; necessitamos sonhar e, da mesma forma que sonhávamos quando éramos jovens em idade, colocar ação nos nossos sonhos e ideais, para tanto precisamos alimentar a nossa alma (vida) de verdades metafísicas oriundas da real verdade subjetiva, diria Søren Aabye Kierkegaard.
Providos de sentimentos de sonhos e esperança, sigamos, então, o arquétipo de homens e mulheres que conseguiram na velhice suas melhores façanhas e ousam desafiar a própria idade.