“Quer saber as consequências? Dos nove estados listados acima, sete estão entre os que tiveram as maiores taxas de mortes violentas em 2017”
Uma manchete num site nacional chama a atenção: “Ex-aliadas, PCC e CV disputam hegemonia do crime em nove estados”. De longe já uma notícia triste. Aí ao tomar conhecimento que o Acre é um desses estados que vive nessa guerra silenciosa, chocante.
Minto. Ela de silenciosa não tem nada. Muito pelo contrário. A guerra que muitas vezes é justificada ‘pelo menos ainda não estão matando os inocentes’ ou ‘ele/ela (vítima) não era santo (a)’, transforma para sempre a vida de milhares de pessoas. Enquanto não somos atingidos diretamente, sentimos seus efeitos, como a aumento da sensação de insegurança ao entrar ou sair de casa a qualquer hora do dia.
A tal matéria inicia informando que as maiores facções do país e ex-aliadas no mundo do crime, o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o CV (Comando Vermelho) estão em confronto direto pelo domínio da rota de tráfico de drogas e dos presídios.
Até aí, sem novidades. E essa guerra ocorre em nove estados brasileiros, sendo eles: Acre, Amapá, Alagoas, Ceará, Pará, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Quer saber as consequências? Dos nove estados listados acima, sete estão entre os que tiveram as maiores taxas de mortes violentas em 2017, de acordo com pesquisa divulgada no 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Para a dupla que realizou o estudo, o projeto de expansão da facção paulista pelo Brasil se chocou com os planos do CV e de facções locais e tem relação direta com o alto índice de homicídios nesses locais.
Para combater as facções, os estudiosos defendem a implementação de políticas de segurança pública que integrem ações de repressão qualificada (com inteligência e investigação) às de caráter preventivo.
Isso também, inegavelmente, está sendo feito pelo Sistema de Segurança Público do Acre.
Porém, além das reduções de mortes e outros crimes, a sensação de insegurança também diminuiu? Ou você ainda tem receio de estar num ambiente em que existam policiais armados ‘até os dentes’?
Eu confesso que não me sinto bem e você?
Bruna Lopes é jornalista.
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