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Brasil está entre os piores do mundo em avaliação de educação

O Pisa é um programa internacional que avalia sistemas educacionais em 70 países, incluindo o Brasil. Nessa avaliação, examina o desempenho de estudantes na faixa-etária dos 15 anos, idade média do término da escolaridade básica obrigatória na maioria das nações. O indicador é desenvolvido e coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

As questões importantes que deseja saber: a) Se os estudantes estão preparados para os desafios do futuro; b) Se os alunos conseguem refletir, argumentar e se comunicar com eficiência; c) Se os estudantes têm capacidade de continuar aprendendo por toda a vida. Essas são algumas das questões que o Pisa (Programme for International Student Assessment), programa de avaliação internacional de estudantes, em tradução livre para o Português, pretende responder.

O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) é hoje o principal exame para medir a qualidade da educação no mundo. As provas são aplicadas a cada três anos, desde 2000. Os resultados de 2017, a última edição realizada, mostraram o Brasil em uma situação delicada: no 63º lugar entre 70 países, ganhando apenas de Macedônia, Tunísia, Kosovo, Argélia e República Dominicana.

Por esse ranking, o Brasil fica em penúltimo lugar em Matemática e Ciências – perdendo apenas para a República Dominicana – e alcança seu melhor resultado em leitura, com o antepenúltimo lugar, à frente apenas do Peru e da República Dominicana.

Os estudantes não sabem o básico. Mais de 70% dos alunos brasileiros entre 15 e 16 anos não alcançam nem sequer o nível básico de proficiência em Matemática, isto é, são incapazes de resolver problemas simples envolvendo números. Segundo o relatório, são estudantes que não têm conhecimento suficiente para “exercer plenamente sua cidadania”. O escore médio do Brasil, em Matemática, foi de 377, enquanto a média da OCDE ficou em 490. Cerca de 43% dos alunos brasileiros estão abaixo do nível 1 – no qual sequer se especifica habilidades envolvidas, de tão precárias.

Em Ciências, mais de 56% dos brasileiros entre 15 e 16 anos só conseguem resolver questões de baixa exigência cognitiva. O escore médio nacional é de 401 pontos. A disciplina foi o foco desta edição do Pisa, aprofundando informações sobre motivação, crenças e outras percepções dos jovens no aprendizado. Os resultados demonstram, por exemplo, que 40% dos estudantes brasileiros gostariam de seguir carreira na área de ciência e tecnologia; que metade se diverte e gosta de aprender tópicos científicos e mais de 41% têm ajuda individual do professor nas aulas.

Para reverter esse quadro até a edição de 2018, o ministro anunciou que a pasta trabalhará em quatro eixos principais: o fortalecimento da alfabetização (prioridade para 2017), a formação de professores, a construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a reforma do ensino médio.  Mas o fato real é que o Brasil precisa adotar política rígida para aqueles que desejam ser professores. São estes profissionais que preparam todos os outros no mundo inteiro. Saber selecionar e preparar bem os educadores é tarefa urgente ao país.

* Prof.ª Dr.ª Luísa Galvão Lessa Karlberg possui Pós-Doutorado em Lexicologia e Lexicografia – Université de Montréal – Canadá; Doutorado em Letras Vernáculas – UFRJ; Mestrado em Letras – UFF; Coordenadora Pós-Graduação, Campus Floresta Ufac; Presidente da Academia Acreana de Letras (AAL); Membro da Intertional Writers and Artist Association (IWA); Embaixadora Internacional da Poesia – CCA.

Fabiano Azevedo: