Tudo ou quase tudo já se disse sobre as declarações e atitudes destrambelhadas e irresponsáveis do presidente eleito Jair Bolsonaro que levaram o Governo de Cuba a suspender o programa Mais Médicos no país.
A questão agora e urgente é quem, como e quando os governos federal, estaduais e prefeituras vão repor os serviços que vinham sendo prestados pelos profissionais cubanos às populações mais carentes. Só aqui no Estado, como já foi divulgado, são mais de cem médicos que vinham atendendo nos municípios do interior e mesmo aqui na Capital.
Para eximir-se da culpa, o presidente eleito afirmou no final de semana que só assumirá o Governo a partir de janeiro e que o atual presidente Michel Temer cuidará do problema. Além de irresponsável, é um pândego de mau gosto, sabendo que o atual Governo não repassa sequer os recursos constitucionais obrigatórios para os estados e municípios.
Aliás, argumento parecido tem sido usado por alguns parlamentares que apoiam o presidente eleito, o seu “mito”, ao afirmar que médicos brasileiros irão ocupar os postos que os cubanos estão deixando. O que pode ser interpretado ou como ignorância ou desfaçatez.
Mas, como se disse, a questão agora é quem, como e quando vão repor os serviços que vinham sendo prestados às populações mais pobres e quem se responsabilizará pelos problemas de saúde que essas populações terão?