A forma como tratamos os demais diz muito sobre nós mesmos. Se formos cruéis, arrogantes, rudes com os pequenos, na verdade estaremos mostrando ao mundo o que se passa em nossa cabeça e no coração.
Nessa linha de raciocínio, eu me peguei pensando no caso Carrefour de Osasco, em São Paulo. Um segurança da rede internacional de hipermercados foi flagrado por câmeras de segurança espancando uma cadela de rua que estava no estacionamento do local. Sem piedade do pequeno indefeso, o homem quebrou suas patas com uma barra de ferro e, apesar de ser socorrida posteriormente, ela acabou morrendo de hemorragia.
Logo o caso ganhou repercussão nacional. Internautas, artistas e muitos famosos se pronunciaram sobre a agressão e iniciaram uma onde de boicote ao Carrefour.
O Carrefour emitiu um comunicado em sua página do Facebook após o ocorrido reconhecendo que “um grave problema ocorreu” na unidade de Osasco e ressaltando que “o funcionário de empresa terceirizada foi afastado”.
“Queremos informar também que estamos recebendo sugestões de várias entidades e ONGS ligadas à causa que vão nos auxiliar na construção de uma nova política para a proteção e defesa dos animais”, disse o Carrefour na nota.
Eu tenho dois gatos e dois cachorros. Meus pais também compartilham do amor e companhia desses seres adoráveis e peludos.
“Sejamos a diferença em um mundo que parece ter sido tomado pelo discurso e a prática do ódio”
Aprendi sobre empatia, respeito, cuidado dentro de casa desde muito pequena. E, conforme fui crescendo, fui vendo que quem trata mal os animais é capaz de coisa muito pior com os seres humanos.
Uma pessoa que mata, mutila, machuca um animal indefeso está na verdade doente, podre por dentro. Algo muito errado se passa naquela cabeça incapaz de sentir repulsa por agir assim.
O tal segurança responsável pela morte da cadela no Carrefour de Osasco ficou surpreso pela repercussão que o caso tomou a nível nacional. Ele foi indiciado por praticar abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais. Se condenado, pode pegar uma sentença de três meses a um ano de prisão, além de multa. Ele responderá em liberdade.
Infelizmente, esse é apenas um dos casos de maus-tratos que explodiu nacionalmente porque foi flagrado. E quantos outros casos de abusos não devem acontecer quando longe das câmeras? Quantos ainda sofrem nas mãos dos perversos?
Sejamos a diferença em um mundo que parece ter sido tomado pelo discurso e a prática do ódio. Que sejamos amor.
Brenna Amâncio é jornalista.
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