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Vereadores repudiam líderes comunitários por agressão verbal após votação da reforma administrativa

A ‘revolta’ dos presidentes de bairros com a extinção da Secretaria Municipal de Articulação Comunitária e Social (Semacs), devido à reforma administrativa proposta pela prefeitura, foi tema de debata na Câmara de Rio Branco, na sessão de quarta-feira, 5. Parlamentares da situação e oposição criticaram a postura dos líderes comunitários, que após a aprovação da matéria, ocorrido na terça-feira, 4, por unanimidade, passaram a agredir verbalmente os vereadores.

A vereadora Elzinha Mendonça (PDT), durante uma fala no parlamento, lamentou as ofensas. Ela relatou, ainda, que recebeu a ligação de um presidente de bairro que insinuou que a pedetista não era mais bem-vinda no local em que ele morava.

“Recebemos 16 líderes comunitários com o maior respeito, como de costume fazemos, embora eles estivessem exaltados. Infelizmente, ao saírem dessa Casa, nos chamaram de mentirosos e covardes. Poderia até esquecer essa história se não fosse o fato de ter recebido, no final da tarde terça-feira, a ligação de um líder comunitário me avisando que a partir daquele momento ‘as portas’ do bairro em que ele mora estavam fechadas para mim. Tudo isso porque votei a favor da aprovação da reforma administrativa, que culminou na extinção da Semacs. Isso é um absurdo. Eles não podem me impedir de fazer meu trabalho”, frisou.

O vereador Mamed Dankar (PT) também comentou sobre o assunto. Ele frisou o discurso contraditório dos líderes comunitários. “Enquanto estavam na Câmara, essas pessoas nos ofenderam o quanto puderam. Mas lá na prefeitura, durante a reunião com a prefeita Socorro Neri, chegaram com uma conversa que contavam com o apoio dos 17 vereadores. Falta coerência no discurso desse grupo. Não se ganha nada na base do grito, e nem da mentira.Quem vem para o convencimento, tem que saber se comportar. Quem quer apoio não inicia um diálogo com agressividade como eles fizeram. Desrespeitaram até a prefeita. Respeito é bom e ajuda nas relações”, disse ele.

Dankar reforçou, ainda, a ausência desses líderes comunitários nas audiências públicas com temas relevantes à população. “Durante os debates em torno do orçamento do município, por exemplo, debatido em audiência pública, eu não vi nenhum deles. Dizem que representam a comunidade onde vivem, mas não os vejo participando de nada aqui na Câmara. Nunca vi um líder preocupado em saber sobre o orçamento que defini, para aonde vai ser aplicado o recurso do município. Não vi nenhum aqui para saber se a rua deles seria asfaltada ou se o bairro dele ia ser contemplado com alguma ação. Sem fundamento a reclamação de todos eles”.

Emerson Jarude (sem partido) corroborou a fala dos colegas de parlamento. “Essa reforma administrativa será muito boa para o nosso município, uma pena que não ocorreu antes. E quanto aos líderes comunitários, precisam olhar para o que é melhor para Rio Branco e não somente para eles. Já vivenciei situações desagradáveis com alguns. Inclusive, teve um presidente de bairro que falou que só permitiria minha entrada na comunidade com a permissão do então prefeito Marcus Alexandre. Um absurdo isso”, finalizou.

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Fabiano Azevedo: