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André Maia, por carta, diz que foi vítima de “armação”; Gilson da Funerária se defende

No começo da semana, o ex-prefeito de Senador Guiomard, André Maia (PSD), preso na Operação Sarcófago da Polícia Federal, enviou carta à imprensa alegando uma suposta “armação” para lhe tirar o cargo de prefeito. No manuscrito, André Maia questiona os motivos que levaram à sua prisão. Ele destaca que o prefeito recém-empossado, Gilson da Funerária (Progressista), na época presidente da Câmara de Vereadores, foi o único denunciante junto à Polícia Federal.

Ainda na carta, André Maia explica que dos R$ 5 milhões que são citados na denúncia, apenas R$ 1,4 milhão foram utilizados pela prefeitura para a compra de medicamentos em consórcio com outros municípios. Mas, assim que o Tribunal de Contas do Estado (TCE/AC) fez a notificação afirmando sobre o preço dos produtos, Senador Guiomard cancelou a compra.

“Estou sendo visto apenas como o prefeito que desviou recursos públicos. Isso é um absurdo! A licitação era de R$ 5 milhões, mas isso não quer dizer que compramos este valor. Até porque, quando o Tribunal de Contas do Estado identificou irregularidades na carona que nós pegamos junto com outras prefeituras, cancelamos de imediato a licitação. O que a prefeitura até hoje pagou antes do TCE nos notificar foi somente R$ 1,4 milhão, tanto é que o desembargador derrubou essa denúncia. As unidades de Saúde do município, desde que assumi a gestão, sempre tiveram medicamentos a vontade. Estou à disposição, e logo que sair daqui irei fazer todos os esclarecimentos devidos à população do meu município, por meio da imprensa”, escreveu o gestor.

Maia questiona, ainda, a renúncia do seu vice-prefeito, Judson Costa. “Não posso provar no momento, mas é muito estranho o Judson, que sempre quis ocupar o cargo de prefeito, simplesmente abdicar do mandato desta forma. É no mínimo incoerente. Judson sempre esteve de perto acompanhando o andamento da administração, conseguiu liquidar a folha no final do ano, o que era a nossa principal preocupação, e depois renuncia? Acho que não foi somente eu que fui gravado ilegalmente”, destaca.

Segundo André Maia, o que poderia ter levado Gilson da Funerária a persegui-lo seria uma ação movida pela Prefeitura de Senador Guiomard em desfavor da empresa de Gilson, que, à época, teria vendido ao município cerca de R$ 300 mil em caixões, sem licitação à gestão anterior da de André Maia.

 “Interessante que no dia em que Gilson foi notificado pela Justiça a responder por ter vendido irregularmente os caixões para a prefeitura, ele foi na Polícia Federal fazer a denúncia contra a minha pessoa e a nossa gestão. A Ação Civil Pública só queria que o Gilson devolvesse os recursos que foram adquiridos sem os procedimentos legais, que acontece por meio do processo licitatório”, ressalta André, em trecho da carta.

E acrescenta: “Depois que a prefeitura entrou com a Ação Civil Pública, o Gilson, juntamente com o irmão do Judson, o policial José Araújo da Silva Costa, começaram a me perseguir. A montar investigação para saber o que eu fazia quando estava em Rio Branco. Investigação essa sem autorização judicial. Aliás, foi nessas supostas investigações que basearam a investigação da Polícia Federal. Simplesmente eles pegaram as informações colhidas pelo Gilson e pelo Araújo, irmão do Judson”.

O outro lado da história

O atual prefeito de Senador Guiomard, Gilson da Funerária (Progressista), comentou as declarações do ex-prefeito. Disse que André Maia utiliza-se de meios para tentar sustentar a tese de que foi vítima de uma armação para a sua saída da prefeitura. Ele destacou que acredita no trabalho desenvolvido pela Polícia Federal.

“Esse argumento eles vão usar. Quem quer se defender, usa vários argumentos. Como eu vou fazer uma armação com a Polícia Federal? A Polícia Federal é uma instituição muita séria. Acho que a gente tem que respeitar. Eu, se fosse ele, não levaria por essa linha. É aceitar que fez de errado e tentar pagar pelos seus erros. Estou tranquilo quanto a isso”, pontuou o prefeito recém-empossado.

JOSÉ PINHEIRO

Categories: POLÍTICA
Fabiano Azevedo: