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Os sinais da “guerra”

É gravíssimo esse caso do motoboy Antônio Cosme da Silva, 25 anos, assassinado com 9 tiros [isso mesmo, NOVE] ao fazer uma entrega no bairro Calafate. As autoridades precisam dar uma resposta dura, não só para elucidar o crime, mas também para mandar a mensagem ao crime organizado de que o Acre não está entregue a bandidos.

Cosme, ao que tudo indica, era um trabalhador de bem, ficha limpa, sem passagem pelo sistema prisional. Talvez seu maior pecado tenha sido, por motivo de trabalho, o de estar no lugar errado, na hora errada. Transitar em uma área de conflito entre facções rivais que buscam o domínio do tráfico na região, fora do chamado “toque de recolher”.

Só não vê quem não quer: mortes como a do entregador Antônio Cosme são sinais claros de que as coisas não estão bem na área de Segurança Pública, e, do jeito que as coisas andam, nem tendem a melhorar. Facções estão em guerra, mas quem sofre, quem fica no fogo cruzado, é a população. Nossos bairros estão tomados por isso.

Os bandidos já entraram na guerra. Já deram todos os sinais. E nós? Entramos?

É preciso atitude e coragem do poder público para sair do discurso e fazer o que tem de ser feito. A fórmula tudo mundo já sabe. É botar mais policial na rua, equipar mais as polícias, fazer operações contínuas, investir na Inteligência, melhorar o sistema prisional, pressionar para a reforma do Código Penal. Caso contrário, quantos inocentes mais terão que morrer até a nossa sociedade tomar um choque de realidade?

A Gazeta do Acre: