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Produtores de açaí acreanos querem campanha para retomar vendas

A Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco anunciou, nesta segunda-feira, 8, que o resultado final dos exames descartaram a doença de Chagas nas pessoas que consumiram o açaí contaminado, em Rio Branco. A polêmica gerou prejuízo aos produtores, fornecedores e batedores de açaí, que registraram uma queda de 70% nas vendas.

O fornecedor e batedor, Evandro Alves, explica que precisa encaminhar fotos do processo de higienização aos clientes para garantir as vendas.

“Tivemos muitos prejuízos. Ficou difícil vender nosso produto. Mesmo a gente falando do processo, as pessoas ainda estão rejeitando. Vai precisar de uma campanha e mobilização por parte da prefeitura, sim, porque pra gente falar, explicar, demora a voltar as vendas”.

A presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Cruzeiro do Sul, Rosa Maria, conta que cerca de 5 mil famílias foram prejudicadas pela notícia da contaminação do açaí.

“Não tenho nem ideia de valores do quanto que os produtores perderam, mas acredito que as vendas caíram 70%. Quando divulgaram que o açaí podia estar contaminado, as pessoas pararam de comprar e os fornecedores pararam de produzir, ou seja, a produção se perdeu. Tivemos muito prejuízo”.

Para a sindicalista, a melhor forma de retomar as vendas é realizar uma campanha divulgando sobre a não contaminação da doença de Chagas em pessoas que consumiram o produto.

“Esperamos que seja feita uma campanha, uma divulgação por parte da Secretaria de Saúde falando que não houve casos da Doença de Chagas. Nós sabemos que nossos produtores de açaí perderam muitas vendas com essa informação de que o açaí estaria contaminado”.

Os exames – Ao todo, foram feitos 4.105 exames em pessoas que consumiram o açaí vendido no Mercado Elias Mansour, entre novembro do ano passado e janeiro deste ano. As análises foram feitas no Centro de Apoio e Diagnóstico (CAD), ao lado do Laboratório de Saúde do Estado (Lacen), no período de 4 a 18 de fevereiro.

“Todos deram negativo. Nenhum foi agudo. Porque quando é agudo, o exame já indica que está confirmado e, se der alguma coisa, vai ser crônico, que já é uma coisa antiga”, afirma a diretora do Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Socorro Martins.

As amostras do produto contaminado identificadas durante inspeção local motivaram a Prefeitura de Rio Branco a regulamentar a produção de açaí. Um decreto publicado em março estipula regras de higiene desde a colheita até o processamento o açaí. Neste caso, os produtores devem estar devidamente cadastrados e certificados.

Já os batedores, responsáveis por transformar o caroço de açaí na bebida, devem fazer curso sobre técnicas de higienização e boas práticas.

 

 

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