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É esse o agronegócio?

Necessária e elogiável, sob todos os aspectos, essa operação deflagrada pela Polícia Federal que resultou na prisão do ex-superintendente do Ibama no Acre, mais 18 mandatos de prisão, 36 mandatos de busca e  medidas cautelares e até apreensões de um avião e caminhonetes nos estados do Acre, Amazonas e Minas Gerais.

Segundo os delegados que atuaram na operação, eram práticas criminosas para favorecer pecuaristas no desmatamento da floresta, na grilagem de terra, expulsão de pequenos agricultores e comunidades indígenas, lavagem de dinheiro com o objetivo de aumentar a pastagem para a criação de gado.

E outro fato igualmente grave, segundo a Polícia Federal, é o de que os pecuaristas contavam, além da conivência de funcionários do Ibama, com a ação de policiais militares para dar-lhes o devido respaldo para amedrontar e expulsar os agricultores.

Como se assinalou necessária e elogiável, mas o que intriga é que este tipo de operação vem justamente na contramão do que o Governo Federal, sob a presidência de um mentecapto, vem propalando e agindo para neutralizar as atribuições do Ibama e outros órgão de fiscalização ambiental e dar ampla e irrestrita liberdade aos latifundiários e grileiros para praticar todo tipo de criminalidade.

Nas décadas de setenta e oitenta, o Acre e outros estados da região Norte já viveram esse “faroeste” e a sociedade precisa estar atenta e reagir, como os seringueiros e posseiros reagiram naquele período, mesmo com os assassinatos covardes de alguns de seus líderes. E fica a pergunta se é esse agronegócio que se quer…

A Gazeta do Acre: