Os fiéis católicos no mundo continuam a aumentar de ano em ano, embora com mais lentidão do que no passado. A África é o continente com o maior crescimento de batizados de 2010 a 2016, enquanto que a Europa registra uma diminuição de fiéis. Estas são as informações apresentadas pelo Anuário Pontifício 2018 e pelo Annuarium Statisticum Ecclesiae 2016, redigidos pelo Departamento Central de Estatísticas da Igreja.
Os católicos batizados, segundo o Annuarium Statisticum, de 2015 a 2016 passaram de 1 bilhão e 285 milhões a 1 bilhão e 299 milhões, com um aumento total de 1,1%. No mesmo período, a população mundial aumentou pouco mais do que o número de católicos, por isso em 2016, a Igreja contava com 17,67 por cento de fiéis em relação à população mundial, enquanto que em 2015 eram 17,73.
Já por aqui, a cada ano observamos estatísticas que mostram a diminuição dos católicos no Brasil, fazemos essa constatação não somente pelas estatísticas, mas principalmente pelo esvaziamento das filas de confissão, participação nas celebrações e pela deterioração moral da sociedade com a qual convivemos diariamente.
Mesmo com tantos sinais, pouco ouvimos falar sobre as principais razões da queda dos católicos no Brasil, embora conhecemos algumas realidades.
Historicamente, nossa catequese deixou muito a desejar e nas últimas décadas piorou muito: é uma catequese de ideias vagas, mais ideológica que propositiva, ambígua, que não tem coragem de apresentar a fé com todas as letras, apresentar Nosso Senhor Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Ao invés, apresenta a opinião desse ou daquele teólogo, um pensamento de um Bispo ou mesmo de um Padre.
No entanto, a Catequese no Brasil, tem dado sinais de mudanças, um florescer por meio do novo formato de evangelização que é a Iniciação à Vida Cristã de jovens e adultos. Um sinal positivo, mas que ainda precisa ser aceito, compreendido e orientados aos párocos, coordenação de catequese e os catequistas antigos e novos, principais responsáveis pela fé daqueles que buscam conhecer melhor nossa Igreja. Sim, iremos colher bonitos e bons frutos.
Todavia, ainda temas como: céu, inferno, anjos, diabo, purgatório, valor da missa, doutrina moral – cada padre diz uma coisa, cada um acha que pode construir sua verdade; tudo tende a ser relativizado. Uma religião assim não segura ninguém e não atrai ninguém. Religião é lugar de experimentar a certeza que vem de Deus, não as dúvidas e vacilações dos tateamentos das opiniões humanas. Devemos separa o joio e o trigo.
A Igreja, em todos os tempos, preocupou-se com a formação do povo. Os grandes bispos e padres da Igreja como São Agostinho, Santo Ambrósio, Santo Atanásio, São Irineu e tantos outros gigantes dos primeiros séculos, eram os catequistas do povo de Deus. Suas cartas, sermões e homilias deixam claro o quanto trabalharam na formação dos fiéis.
É preciso que as opiniões cedam lugar à certeza da fé da Igreja! A Igreja não deve cair em falsas soluções de um cristianismo FROUXO e agradável ao mundo, de uma moral ao sabor da moda, de um ecumenismo compreendido de modo torto e de um diálogo inter-religioso que coloque Cristo no mesmo nível das outras tradições religiosas. Isso acaba sendo um perigo para nossa fé. Precisamos do Ecumenismo e diálogo religioso sim, mas de ACORDO COM A FÉ CATÓLICA!
Nosso pai São Francisco foi um homem que encontrou Deus, que teve uma experiência com Jesus Cristo e essa experiência foi tão forte na vida dele que, foi capaz de fazer com que ele se despojasse de tudo e de todos para se entregar a Deus, pra se entregar no louvor à Deus, na oração à Deus, no serviço dos mais necessitados, no amor a Jesus, a Igreja e aos sacramentos.
O remédio para a crise atual e o único verdadeiro futuro da Igreja é a fidelidade total e radical a Cristo, expressa na adesão total à fé Católica.
Sabemos que não há como conter o vulcão do crescimento do pentecostalismo, das seitas, dos sem-religião, dos “desigrejados” no Brasil. São mais de 5 (cinco) mil denominações em nosso país, que agrada a todos os gostos. O esquema montado e executado com agressividade proselitista encurrala e promove decadência nas igrejas cristãs históricas. O esquema é o seguinte: poder financeiro, conchavo político, mídia, espetacularização e show religioso, culto à personalidade, manipulação pela ganância de uma vida melhor via teologia da prosperidade e teologia da retribuição, que barganha o céu pelos dízimos e ofertas, além de doutrinação e dominação de fiéis como mina de ouro, de votos e de sustentação de poder econômico, político e religioso. É muito triste contemplar pessoas de boa fé sustentarem impérios religiosos corruptos.
Lembro da afirmação do Papa Emérito Bento XVI: “A Igreja não perdeu nenhum fiel. Aqueles que se foram nunca foram fiéis católicos realmente. Não se pode perder o que nunca se teve. Os que deixaram a Igreja eram indecisos, curiosos ou pessoas que estavam apenas ‘cumprindo uma obrigação’ passada por seus pais ou avós. Os que vêm e vão não pertencem ao Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja na Terra. Da mesma maneira, os que são católicos mas ainda não estão na Igreja, infalivelmente chegarão ou retornarão a ela no devido tempo. A Igreja, Casa e Família de Deus, surgiu como um pequeno grupo; não importa a quantidade, e sim a qualidade dos seus filhos, como cristãos conscientes e santificados”.
Resta aos seguidores de Jesus de Nazaré viver de fato e de verdade o Seu ensinamento de amor, ajudar os necessitados, praticar a justiça, acolher na comunidade com espírito fraterno e, com a vida, anunciar a Boa Nova do Reino de Deus. Por isso eu Creio na Igreja: Una, Santa, Católica e Apostólica.
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