Decididamente, não dá para compreender e aceitar que um Governo ou governador de um estado pobre, que passa por situações caóticas em vários setores da administração pública, como os da Saúde e Segurança Pública, permita-se ao luxo ou acinte de contratar um jatinho ao custo de mais de R$ 5 milhões para estar à disposição permanente do governador.
No entanto, apesar de o próprio governador, diante da reação negativa da sociedade e até de seus correligionários mais próximos, como o senador Sérgio Petecão e outros, para surpresa e indignação a homologação da contratação do avião foi publicada ontem no Diário Oficial.
É verdade que um juiz de primeira instância indeferiu uma ação popular impetrada por um vereador, dando aval à contratação amparada nos ditames legais. Contudo, como alguns parlamentares já aduziram, com propriedade e razão, a decisão pode até ser legal, mas é “imoral” diante de outras necessidades mais urgentes que o Estado carece.
De qualquer forma, é de se esperar ainda o bom senso do governador em anular essa homologação, a não ser que algo mais grave, alguma negociata, por exemplo, estaria por traz da contratação dessa empresa.
Ou que o governador, diante do caos em que se encontra a Segurança Pública, que já atingiu até o presidente do Tribunal de Justiça, estaria se precavendo para levantar voo para não ser atingido também pelas facções criminosas. Decididamente, não dá.