Francamente, não dá para entender e aceitar que o Governo do Estado tenha escolhido a dedo apenas seis municípios a serem beneficiados com os recursos liberados pelo Governo Federal para a recuperação dos ramais.
A pergunta que se faz é óbvia: e os produtores rurais dos demais municípios como irão enfrentar os atoleiros que deverão se agravar ainda mais com o período das chuvas que está chegando? Vão perder sua produção, fruto de um trabalho árduo e que representa, em última instância, o sustento de suas famílias?
E outra questão que surge é que justificativa darão aos prefeitos dos demais municípios que foram, simplesmente, ignorados e alijados no que deveria ser uma partilha igualitária e proporcional desses recursos?
Neste aspecto, com razão e indignação, a prefeita da Capital, Socorro Neri, protestou, considerando que administra o maior município do Estado, com uma densa malha de ramais que estão precisando de urgente recuperação.
Elegendo o agronegócio como carro-chefe da economia do Estado e agora com os negócios da China(!), este Governo ainda não entendeu que quem mais produz alimentos e gera emprego e renda é a agricultura familiar, como os produtos florestais. Basta conferir as estatísticas.
Conclusão também óbvia e malévola dessa decisão: Sem ramais em condições de escoar a produção, essas famílias se veem forçadas a vender suas propriedades, migrando para a periferia das cidades, dominadas pelas facções criminosas.