“Sem exigências mirabolantes, o mínimo que se espera é coerência”
Lembra dos Projetos de Lei (PLs) enviados pela Aleac ao Governo do Estado? Primeiro, os parlamentares tiveram a promessa do apoio do Executivo, mas este foi lá e vetou. Os deputados, não satisfeitos, derrubaram os benditos vetos, o que ficou marcado como a maior derrota de um governo na Aleac.
Entre uma ida à Europa e outra à Nova Iorque, nos EUA, o governador Gladson Cameli publicou no Diário Oficial a exoneração de 340 cargos comissionados. A medida soou como uma resposta rígida, já que esses servidores eram indicações dos deputados estaduais aliados a ele. Depois disso foi uma verdadeira novela na política acreana.
No último artigo, eu disse que iria esperar pelo desfecho dessa história com o retorno do governador ao Acre. Ele voltou e, pasmem, chamou a maior parte da galera exonerada de volta, após muita conversa com sua base na Aleac.
Ficou de fora da panelinha apenas o grupo indicado pelo deputado Luís Tchê, tirado da liderança do governo na Aleac sem qualquer cerimônia.
Como já dito antes, a população não simpatiza muito com os cargos comissionados. Sendo assim, Gladson conseguiu muito apoio com as exonerações. Mas, ao chamar muitos deles de volta, demonstrou que a preocupação nada tinha a ver com o ajuste fiscal. Foi medida totalmente política, e o povo não é burro.
Muita gente ficou com cara de “cuma?”. O episódio foi até intitulado como “a volta dos que não foram”.
Percebo uma mudança no ar. Nas redes sociais, a lua de mel com o governo acabou completamente. A paciência que a população demonstrava no primeiro semestre do mandato está escorregando pelas mãos da atual gestão.
O acreano não é ingênuo. Nossa gente tem esperança e até dá voto de confiança quando acredita no melhor, mas, como tudo na vida, isso também tem um fim.
O povo quer sentir segurança nos seus representantes. Sem exigências mirabolantes, o mínimo que se espera é coerência. Isso está faltando.