Pelo prisma do pessimismo vive-se, aqui e ali, um contexto mundial de escuridão racional, em que as paixões viciosas transformam o mundo numa tragédia sem igual. Pois, até mesmo o espírito natalino, tão presente e contagiante em outras épocas, este ano tem sido ofuscado pela supremacia do mal com seus horrores mil. Querer esconder esta realidade caótica, em que o mundo está metido, é querer tapar o sol com uma peneira.
Nesse caso, urge que se renove, em nossas almas, um otimismo natalino! Aliás, não só um “otimismo natalino, mas um “SANTO” otimismo natalino. Pois, na minha ótica, somente um “SANTO” otimismo natalino, seria e é bem-vindo a uma sociedade, de homens e mulheres, em que todos querem solução imediata para os aperreios opressores.
Que este sentimento puro traga avivamento, na alma de cada um; que esta chama do santo otimismo natalino nos livre da comiseração de só avistar males no presente século; que venha para alegrar a todos nós com estímulo de felicidade, bonança, prosperidade e poder de solução, arrefecendo os ânimos irritados dos homens e mulheres violentos; e que traga paz a todas as cidades deste mundo confuso.
Um santo otimismo natalino, para fazer frente ao pensamento mesquinho e egoísta, impregnado em nossa alma, de só olhar para os nossos próprios interesses em detrimento do próximo. Que nos faça agir considerando a humanidade em si mesmo e na pessoa dos demais, nunca como meio, mas sempre como fim em si mesmo, com o fim estabelecer outra forma de relação com os seres humanos e com a natureza, sem a instrumentalização do mundo globalizado. Que faça reviver o ideal de uma civilização cosmopolita que permita, que nós, seres humanos possamos nos tratar e respeitar como membros de uma só comunidade, não apenas pelo estreitamento das relações interpessoais, quanto pelo fato de compartilharmos uma causa comum. Compartilhar a mesma condição, reconhecer em si e nos demais a mesma dignidade, enfim, sentir-se no mundo como co-habitantes do mesmo. Suscitar campanhas, de solidariedade humana, oriunda dos mais diferentes segmentos sociais, concitando o povo a fazer doações de alimentos, visando minorar a fome dos menos favorecidos socialmente. Essa farta solidariedade humana, mesmo que só aconteça em épocas natalinas, é salutar; uma vez que é melhor fazer pouco, do que nada fazer.
Sim, na condição de cristãos, devemos buscar forças no íntimo da alma, com aquela boa vontade própria de quem tem esperança de melhores dias, e trazer de volta este santo otimismo do espírito natalino, nos alcançando com sua mensagem de paz, de solidariedade, de esperança; dando-nos uma chance de recomeçar a partir da escuridão em que estamos metidos.
Afinal, precisamos exercitar a nossa alma a esperar “mais do que os guardas (noturnos) pelo romper da manhã”. Esperar e torcer, nem que seja por segundos, pela chegada do recorrente surgimento de melhores modelos de convívio social. Esperar e “torcer” que a distância entre o sonho de uma sociedade ideal, e sua ilusória concretização, diminua.
Feliz NATAL!!
*Francisco Assis dos Santos
HUMANISTA. E-mail: [email protected]