14 de dezembro de 2025
Jornal A Gazeta do Acre

GAZETA 93,3FM Ouça agora

Sem resultados
View All Result
  • Capa
  • Últimas Notícias
  • POLICIA
  • Geral
  • POLÍTICA
  • Colunas & Artigos
    • Roberta D’Albuquerque
    • O prazer é todo meu
    • Marcela Mastrangelo
    • Beth Passos
  • Social
    • Márcia Abreu
    • Giuliana Evangelista
    • Beth News
    • Jackie Pinheiro
    • Roberta Lima
    • Gazeta Estilo
  • Publicações Legais
    • Publicações Legais
    • Comunicados
    • Avisos
    • Editais
Jornal A Gazeta do Acre

GAZETA 93,3FM Ouça agora

14 de dezembro de 2025
Sem resultados
View All Result
Jornal A Gazeta do Acre
Sem resultados
View All Result

A inveja: pecado capital

A Gazeta do Acre por A Gazeta do Acre
06/05/2020 - 11:46
Manda no zap!CompartilharTuitar


Falar sobre o tema “inveja” é tarefa difícil por ser uma falha gritante do ser humano,  no meio social. Essa falha que se arrasta há séculos e cada decênio se agrava. A inveja é considerada, pela Igreja Católica, pecado capital, um sentimento intrigante que poucos admitem sentir. Por definição literal, significa, basicamente, a infelicidade ao ver a felicidade do outro.

Os autores clássicos são concordes em afirmar que os invejosos estão condenados a odiar de forma inextinguível, pois o ódio provocado pela ira se apazigua facilmente mediante a reparação, mas o ódio nascido da inveja não se amansa nem admite um pedido de desculpas. Mais ainda, irrita-se com os benefícios recebidos. Todavia, pode-se perguntar em que âmbitos a inveja se desenvolve e qual seu principal intento? A literatura dá algumas respostas:

(…) a inveja é um dos pecados mais estendidos […]. Impera em todo o mundo e mora especialmente nas cortes e palácios, nas casas dos senhores e príncipes, nas universidades e cabidos e ainda, nos conventos de religiosos […] seu objetivo e meta é perseguir aos bons e aos que por suas virtudes são altamente apreciados (GRANADA, 1848, p. 132).

A inveja fez e faz verdadeiros estragos entre os humanos. Pode ser comparada a um câncer silencioso ou a uma úlcera afetiva que corrói o convívio e tira a paz. Seu intuito não é somente possuir o que é do outro, pois, de acordo com Alberoni (1996, p. 55) “a inveja visa tanto o ter quanto o ser, os objetos como a qualidade, os bens como os reconhecimentos.”

Ovídio (2007, p. 39), em sua obra Metamorfosis, discorre sobre a inveja como uma divindade terrível e venenosa, desprezada e odiada pelos deuses. As descrições feitas de seu aspecto e de seu âmbito são muito eloquentes. Diz ele:

A inveja habita no fundo de um vale onde jamais se vê o Sol. Nenhum vento o atravessa; ali reinam a tristeza e o frio, jamais se acende o fogo, há sempre trevas espessas […]. A palidez cobre seu rosto, seu corpo é descarnado, o olhar não se fixa em parte alguma. Têm os dentes manchados de tártaro, o ventre esverdeado pela bile, a língua úmida de veneno. Ela ignora o sorriso, salvo aquele que é excitado pela visão da dor […]. Assiste com despeito o sucesso dos homens e esse espetáculo a corrói; ao dilacerar os outros, ela se dilacera a si mesmo, e este é seu suplício.

Verifica-se, no início do Antigo Testamento, um relato dessa afirmação quando Caim, por ira, elimina seu irmão Abel. Nessa situação, considera-se que a inveja possa ter sido um dos pontos pelo qual Caim teria matado Abel, conferidos que foram os elogios de Deus somente a Abel e não a Caim, o qual, por se sentir desvalorizado, elimina seu irmão.

Ainda, no Antigo testamento, existe a história de Moisés que, ao sentir inveja de Josué, diz ser preferível a morte à inveja. Estudiosos, das áreas de atuação mais díspares, já discorreram sobre o fenômeno, mas é difícil chegar a uma definição precisa. Mas creio que a pessoa invejosa, ao sentir  inveja de alguém de quem deseja ocupar o lugar, almeja, por consequência, eliminá-la. Não se trata de vê-la como um alvo para admirar e sim querer ter suas coisas e seu posto de trabalho. É querer ser elogiado, por alguém superior a nós e, ao mesmo tempo, ocupar o seu lugar. Por conseguinte, nessa condição, o ponto básico é que não ocorre a eliminação da inveja, pois a pessoa invejosa sempre quer ter acima de si alguém para elogiá-la e, ao mesmo tempo, quer ocupar o lugar desse alguém. O invejoso, ao ver alguém a quem poderia admirar, tende a diminuir essa pessoa. Portanto, ele tenta roubar a luz, a alegria e tudo o que o outro possuir de bom. A inveja, ao não ser resolvida, provoca o ressentimento: o invejoso torce pela queda do outro; negar as próprias limitações com as limitações dos outros não dá vida a ninguém. Inveja, amor e ódio são sentimentos não verbalizados nos mais diversos ambientes, comandam as ações e decidem o destino da sociedade, em geral.

No Antigo Testamento há um relato comprovando essa afirmação na história em que Caim, por ira, elimina seu irmão Abel. Nessa situação, consideramos que a inveja possa ter sido um dos pontos pelo qual Caim teria matado Abel, conferidos que foram os elogios de Deus somente a Abel e não a Caim, o qual, por se sentir desvalorizado, elimina seu irmão. Também no

O senso comum estereotipou que a inveja é um sentimento negativo e que pode ser a causa de fracassos. Sendo assim, esse sentimento é prejulgado pela sociedade e, ainda mais inflamado, quando tratado no meio organizacional. Pessoalmente, avisto diversas pessoas, pertencentes a múltiplas organizações dizer em que a inveja alheia de colegas impactou diretamente no desempenho do exercício da sua função. E junto ao sentimento da inveja percebe-se as justificativas para os eventuais fracassos.

Assim, quando o invejoso percebe que a outra pessoa tem um insucesso – fracassa no trabalho, briga com a mulher ou bate o carro, por exemplo, ele se sente recompensado por isso. E aqui não se fala de maneira figurada: a área ativada no cérebro quando ocorre o schadenfreude (=alegria ao dano – empréstimo da língua alemã) é exatamente a mesma que processa sensações de prazer e alegria.

Para concluir, diria como fez Ovídio (2007, p. 39), em sua obra Metamorfosis, quando apresenta a inveja como uma divindade terrível e venenosa, desprezada e odiada pelos mesmos deuses. As descrições feitas de seu aspecto e de seu âmbito são muito eloquentes:

A inveja habita no fundo de um vale onde jamais se vê o Sol. Nenhum vento o atravessa; ali reinam a tristeza e o frio, jamais se acende o fogo, há sempre trevas espessas […]. A palidez cobre seu rosto, seu corpo é descarnado, o olhar não se fixa em parte alguma. Têm os dentes manchados de tártaro, o ventre esverdeado pela bile, a língua úmida de veneno. Ela ignora o sorriso, salvo aquele que é excitado pela visão da dor […]. Assiste com despeito o sucesso dos homens e esse espetáculo a corrói; ao dilacerar os outros, ela se dilacera a si mesmo, e este é seu suplício.

Em verdade, as qualidades do espírito produzem invejosos; as do coração nos aproxima de amigos. É preciso ter cuidado, a inveja é um sentimento muito forte e que pode nos atrapalhar em muitas situações, seja quando nutrimos esse sentimento por alguém ou quando acontece o contrário. Com ela, tem-se a falsidade e o recalque. Logo é necessário viver em constante atenção para os invejosos não atingirem nossa vida. Que Deus nos livre desse tipo de pessoa. Amém!

DICAS DE GRAMÁTICA

 

PERDA OU PERCA, PROFESSORA?

RECEBA NOTÍCIAS NO CELULAR

– Perda é substantivo + a perda verbo no subjuntivo

A perda de memória é um problema comum (substantivo)

Fiquei irritada com a perda da minha mala (substantivo)

Que eu não perca as esperanças (verbo no presente do subjuntivo)

Não perca a paciência (verbo no presente do subjuntivo)

SEJA BEM VINDO OU SEJA BEM-VINDO?

– Seja bem-vindo é uma exceção à regra do acordo ortográfico que determina que o advérbio mal só requer hífen se a palavra seguinte começar com vogal ou com a letras H.

TINHA ENTREGUE OU TINHA ENTREGADO?

– Entregue é verbo irregular e deve ser usado com ser e estar:

A prova do crime foi entregue à polícia.

A correspondência foi entregue à moradora errada.

Pronto, sua pizza foi entregue.

– Entregado é regular e deve ser usado com ter e haver:

Ele tinha entregado os livros na biblioteca após o prazo.

Havia entregado os documentos à pessoa errada.

———————————-

Prof.ª Dr.ª Luísa Galvão Lessa Karlberg. Pós-Doutorado em Lexicologia e Lexicografia – Université de Montréal – Canadá

Doutorado em Letras Vernáculas – UFRJ. Mestrado em Letras – UFF. Coordenadora Pós-Graduação, Campus Floresta – UFAC

Presidente da Academia Acreana de Letras – AAL. Membro da Intertional Writers and Artist Association – IWA. Embaixadora Internacional da Poesia – CCA.

Siga 'A Gazeta do Acre' nas redes sociais

  • Canal do Whatsapp
  • X (ex-Twitter)
  • Instagram
  • Facebook
  • TikTok



Anterior

GAZETINHAS – 06-05-2020

Próxima Notícia

Roberto Duarte defende aprovação de PL que beneficia militares e considera “estranha” atitude do MP

Mais Notícias

Beth Passos

Contaminação química

10/10/2025
Roberta D'Albuquerque

Deixem as bexigas dos outros em paz

06/10/2025
Beth Passos

Viver mais

01/10/2025
Roberta D'Albuquerque

E basta contar consigo

29/09/2025
Roberta D'Albuquerque

Paraquedas

22/09/2025
Beth Passos

Os acima da lei

17/09/2025
Mais notícias
Próxima Notícia
Roberto Duarte defende aprovação de PL que beneficia militares e considera “estranha” atitude do MP

Roberto Duarte defende aprovação de PL que beneficia militares e considera “estranha” atitude do MP

Deputado Jenilson Leite diz que capacidade de atendimento em hospitais da capital e Cruzeiro do Sul está  quase saturada

Deputado Jenilson Leite diz que capacidade de atendimento em hospitais da capital e Cruzeiro do Sul está  quase saturada

Jornal A Gazeta do Acre

© 2022 - Todos os direitos reservados. A Gazeta do Acre

  • Expediente
  • Fale Conosco

Sem resultados
View All Result
  • Capa
  • Últimas Notícias
  • Polícia
  • Geral
  • Política
  • Colunistas & Artigos
    • Roberta D’Albuquerque
    • O prazer é todo meu
    • Marcela Mastrangelo
    • Beth Passos
  • Social
    • Márcia Abreu
    • Giuliana Evangelista
    • Beth News
    • Jackie Pinheiro
    • Roberta Lima
    • Gazeta Estilo
  • Publicações Legais
    • Publicações Legais
    • Comunicados
    • Avisos
    • Editais
  • Receba Notícias no celular
  • Expediente
  • Fale Conosco

© 2022 - Todos os direitos reservados. A Gazeta do Acre