O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do Acre (Sintect-AC) alertou na última semana pela possibilidade de atraso no recebimento das encomendas dos acreanos em razão da alta demanda e baixa quantidade de funcionários para realizar a separação e encaminhamento dos produtos, resultando o acúmulo de itens retidos no Centro de Distribuição Domiciliar (CDD). A situação já vinha ocorrendo desde a extinção da função de operador de triagem e transbordo, mas, com o aumento pela procura do serviço de entrega durante a pandemia pelo novo coronavírus, a situação se agravou.
Segundo a presidente do Sintect-AC, Suzy Cristiny, o governo vem promovendo o sucateamento de agências e demissões para facilitar a privatização. No início do mês, os trabalhadores decidiram pela deflagração de greve, às 22h do dia 17, mobilização liderada pelo Sindicato, no Acre, e pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect).
Suzy Cristiny explicou que, após o fim da função de operador de triagem e transbordo, funcionários de outras áreas passaram a ajudar na seleção e tratamento das encomendas, resultando em sobrecarga de trabalho.
“Atualmente, no Acre, o setor de encomendas está lotado, devido à falta de trabalhadores e o acúmulo de serviços. Com a data da greve chegando, as pessoas acreditam ser por causa dela, quando, na verdade, é um dos motivos que reforçam a necessidade de paralisação”, disse a sindicalista.
Além do encerramento do cargo, a categoria está passando por dificuldades pela falta de negociação com a direção da empresa e pela retirada dos direitos. Com o objetivo de eliminar todas as garantias, representantes da Estatal buscaram o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar a suspensão de 70 das 79 cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), retirando direitos como adicional de risco, vale-alimentação e auxílio-creche, tornando a paralisação a única alternativa viável aos funcionários dos Correios. (Assessoria)