Uma pessoa obesa não precisa ouvir de um desconhecido – e nem a vida alheia deveria ser um assunto – que precisa fazer dieta ou uma bariátrica.
Quem deve dizer isso a ela, se necessário for, é um profissional de saúde, médicos e nutricionistas que farão uma avaliação para além da estética.
Ou alguém muito íntimo e amoroso, que se preocupa verdadeiramente com o outro e sabe de sua condição de saúde.
Todo comentário sobre o peso corporal de alguém, fora desse contexto de amor verdadeiro e cuidados genuínos com a saúde, por recomendação de especialistas, sempre me parece gordofobia.
Porque se julga a saúde do outro, o corpo do outro, e se falam coisas muito cruéis e inconvenientes sobre a vida alheia sem ter sido perguntado.
O comentário do sobrepeso do outro é uma intromissão na intimidade, um juízo deselegante, preconceituoso e desnecessário.
Não foi nada comigo, mas ando cansada de ler nas redes apreciações cruéis sobre a silhueta das pessoas e juízos apressados e conselhos intrometidos sobre como as pessoas devem viver suas vidas.
Cansada da gordofobia travestida de dicas de saúde e bem-estar e de preocupação com o próximo quando nitidamente estar fora do padrão incomoda e desperta em muita gente os piores venenos.
Beth Passos
Jornalista