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Prefeitura de Rio Branco reinaugura o museu ao ar livre Seringal Urbano Parque Capitão Ciríaco

Prefeitura de Rio Branco, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Esporte e Lazer Garibaldi Brasil (FGB), reinaugura o museu ao ar livre Seringal Urbano Parque Capitão Ciríaco, nesta sexta-feira, 18, às 8h. Neste evento serão concedidos os certificados de premiação aos vencedores dos Prêmios Garibaldi Brasil de Literatura, Cores da Cidade de Artes Visuais e Mestres e Mestras da Cultura Popular e Tradicional de Rio Branco. Seguindo o protocolo de segurança da Covid–19, o espaço cumprirá as medidas do distanciamento social, o uso de máscara e álcool em gel.

História do Seringal Urbano Parque Capitão Ciríaco

A história do lugar onde hoje é o parque começa com o conhecido “sítio” que leva o nome do Capitão Ciríaco e da tão famosa “casinha” que ele, a esposa e seus filhos Lúcia, Olívia e Antônio viveram uma rica história de amor em terras acreanas.  O espaço surgiu numa época em que a Estrada AC- 1 era apenas um varadouro, e foi sendo construído a cada árvore plantada, algumas importadas de Belém-Manaus a pedido do Capitão aos seus amigos navegadores.

Com o passar dos anos, além das fruteiras aumentava-se a quantidade de seringueiras no local, e assim o sítio ganhava ares de seringal em pleno centro da cidade de Rio Branco. Um seringal de cultivo que gerava bastante lucro, produzindo borracha de alta qualidade, o que contribuía para que o Capitão Joaquim de Oliveira tivesse mercado garantido em Manaus, onde negociava diretamente sua mercadoria. Os anos foram passando e o sítio que agora se transformara em Seringal garantia o sustento da família. O Sitio sempre foi um porto seguro para o velho Capitão que passeava por entre as seringueiras e transmitia sabedoria e experiência para os seus descendentes, ensinando o rico ofício de seringueiro: cortar, defumar e fabricar objetos de látex.

Dessa forma, ao longo dos anos a família Ciríaco soube preservar o espaço protegendo o ambiente dos invasores, fato este que contribuiu para que hoje conheçamos parte da estrutura física originária e natural do espaço.

No ano de 1994, a Prefeitura Municipal de Rio Branco comprou o espaço da família e o transformou em Parque Capitão Ciríaco e foi dessa forma que o antigo seringal de cultivo, passou a ser um Patrimônio Histórico, Arquitetônico, Paisagístico e Ambiental dentro da área urbana de Rio Branco.

Em 2016, o parque sofreu um incêndio criminoso e agora em 2020, após um processo de revitalização, o único Seringal urbano do mundo está sendo entregue novamente a comunidade, mantendo viva assim, a memória material e imaterial do período da economia da borracha – dos Seringais, do velho Capitão e suas Seringueiras. Para que acontecesse a revitalização do Seringal Urbano Parque Capitão Ciríaco, museu ao ar livre, foram destinados recursos próprios da Prefeitura Municipal de Rio Branco e também utilizou emendas parlamentares. O Deputado Federal Léo de Brito, destinou emenda para a construção do novo trapiche de acesso ao parque. O Vereador Rodrigo Forneck, destinou emenda para a montagem de exposição e o Vereador Mamed Dankar, destinou emenda para os mobiliários do parque.

“Devolver o Parque Capitão Ciríaco para a sociedade riobranquense e junto com ele sua musealização é um ato não somente de preservá-lo, mas também de contar sua história e o modo de vida dos outros seringais que aqui existiam antes de Rio Branco se tornar cidade. Além disso, o parque será mais um atrativo turístico para quem quiser conhecer o lugar onde morou o ex-combatente da Revolução Acreana, o Capitão Ciríaco, e apreciar o canto dos pássaros e o sossego que o único seringal urbano do mundo tem, um lugar acolhedor e que sempre abrigou as mais diversas histórias”, enfatizou a Coordenadora do Dep. de Patrimônio Histórico e Cultural da FGB, Diana Dantas.

Em parceria com a Embrapa-Ac, foi realizado um projeto de reflorestamento no parque, onde as clareiras foram reflorestadas com espécies de plantas nativas da Amazônia. “ O Parque Capitão Ciríaco fica localizado no centro da cidade, o único seringal urbano do mundo. Seu potencial ambiental e sua função é fundamental para Rio Branco. Depois de muitos anos conseguimos resgatar nossa história através do Parque. A semeia em parceria com a Embrapa e Ufac, fizeram um plantio de árvores e também a implantação de paisagismo”, destacou o Secretário de Municipal de Meio Ambiente, Aberson Carvalho.

Para enriquecer com arte o parque, foi feito um mosaico pelo artista César Farias que retrata com alguns desenhos a fauna, a flora e o cotidiano dos seringais e da cidade. O Seringal Urbano Parque Capitão Ciríaco, vai está inaugurando salas museus para visitação:

Sala Teixeirinha do Acre: Essa sala é uma homenagem ao diretor, roteirista, cinegrafista, montador, ator, cantor, compositor, fotógrafo, radialista e professor, João Batista Marques de Assunção. Que no início de sua carreira como cantor adotou o nome artístico de Teixeirinha do Acre, e em 1993 passa a assinar como cantor João Manhãs, e no cinema João Batista. A sala Teixeirinha é uma mini galeria onde pode ser exposta diversas exposições e também é uma sala multiuso da cultura;

Sala Memória Rio Branco Seringal: Será um ambiente apresentando a história através de painéis com textos e fotografias sobre o Capitão Ciríaco e sua família, o parque, os seringais e, além disso, irá compor na sala, garrafas antigas da época dos seringais encontradas na extensão do rio Acre pelo caçador de relíquias Joelson Morais;

Capela Nossa Senhora da Seringueira: É uma réplica das antigas igrejinhas simbolizando àqueles devotos que viviam em seringais cultuando sua fé;

Redário da Leitura: E para quem aprecia uma boa leitura, o espaço será para quem quiser esticar sua rede e ler um bom livro;

Casa do Seringueiro e Defumador: Retrata o cotidiano familiar e de trabalho do seringueiro. Na casa serão expostos utensílios usados na moradia do seringueiro e no defumador serão expostos todos os elementos que são utilizados no processo de defumação do látex;

Galeria Livre de Arte e Ciência: É uma galeria destinada a obras produzidas pelos frequentadores do Centro de Convivência Arte de Ser, que trabalha com a arte de forma terapêutica. A galeria é inspirada no museu do inconsciente da Dra. Nise da Silveira, que fica localizado na cidade do Rio de Janeiro;

Centro de Convivência e Cultura Arte de Ser: Arte de Ser é um espaço de convivência em que a arte é um caminho de expressão e de aproximação de pessoas portadoras ou não de transtornos mentais. Um espaço de troca, de contato humano, de sociabilidade e de encontro entre pessoas de origens, percursos de vida e classes sociais diferentes.

“ A entrega do Seringal Urbano Parque Capitão Ciríaco um museu ao ar livre para a cidade de Rio Branco, é um respeito que a prefeitura tem com toda a sociedade, o parque está presente na memória afetiva de todos os riobranquenses. É um espaço que trata diretamente da história da formação dos povos e moradores de Rio Branco que remete ao seringal, que também trabalha a questão da identidade dos acreanos. Então é uma alegria muito grande em nome da Prefeita Socorro Neri está devolvendo esse parque para a cidade, que em 2016 sofreu um incêndio criminoso”, enfatizou o presidente da Fundação Garibaldi Brasil, Sérgio de Carvalho.

Texto: Geovana Farias, Assessoria de comunicação da Fundação de Cultura, Esporte e Lazer Garibaldi Brasil. (Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Rio Branco)

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Fabiano Azevedo: