Familiares de Jonhliane Paiva de Souza, de 30 anos, que morreu em um acidente de trânsito, no último dia 6 de agosto, na Avenida Antônio da Rocha Viana, em Rio Branco, fazem um protesto nesta quarta-feira (16) em frente à Cidade da Justiça.
A manifestação pacífica acontece no dia em que Ícaro José da Silva Pinto, o motorista da BMW que atropelou e matou Jonhliane passa por audiência de instrução e julgamento.
Conforme o Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), além do réu, 12 testemunhas devem ser ouvidas durante a audiência. Ao final, o juiz Alesson Braz, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, vai decidir se o réu vai a júri popular. Ainda na audiência, o magistrado também vai analisar mais um pedido de revogação de prisão de Pinto.
Com cartazes e até uma motocicleta caída em frente ao prédio, representando o acidente, os familiares de Jonhliane pedem que a Justiça seja feita e que o réu vá a júri popular.
“Faz mais de cinco meses desde o falecimento da minha irmã. A família vive um momento muito triste ainda, uma perda dessa é irreparável. Mas, hoje é um dia especial, porque estamos esperançosos de que a Justiça se faça valer, que o juiz tome a decisão pelo júri popular, porque não foi um crime banal, foi um crime onde duas pessoas disputavam um racha em uma avenida aonde era permitido, no máximo, 50km/h e eles estavam a 150km/h. Então, houve a intenção de mantar”, disse o irmão Jhonatas Paiva.
Entre lágrimas, a irmã de Jonhliane, Olívia Paiva, falou sobre como tem sido passar os dias sem ter mais a presença da caçula da família.
“É difícil ver minha mãe sofrendo, eu acabo sofrendo duas vezes, por ela e por mim. Procuro dar força para ela. Hoje mesmo eu estava conversando com ela, dizendo que nós temos que ser fortes, temos uma luta pela frente. Esse ano está sendo totalmente diferente, devastador para a gente, nossa família está muito abalada, muito triste, nossos dias não estão sendo fáceis. Minha mãe não consegue dormir. Eu digo que é uma dor insuportável, uma dor que jamais passará.”
Outros pedidos
Já foram vários os pedidos feitos pelas defesas tanto de Ícaro Pinto, como do outro motorista envolvido no caso, Alan Araújo de Lima, para que os dois fossem soltos. A última decisão foi do dia 2 de dezembro, em que a Justiça manteve a prisão preventiva dos dois.
No último dia 23 de novembro, a Câmara Criminal tinha voltado a negar um habeas corpus para Ícaro Pinto. A decisão foi publicada no Diário da Justiça do Acre.
No dia 11 do mês passado, a 2ª Vara do Tribunal do Júri também decidiu manter Pinto e Alan Araújo de Lima presos preventivamente. No processo, a defesa de Alan anexou a defesa prévia com a lista de testemunhas, com pedido de soltura, de absolvição e também a devolução do carro usado por Alan e objetos apreendidos durante a investigação.
Em 17 de agosto, os dois motoristas tiveram os habeas corpus negados pela Justiça. No dia 10 de setembro, a Câmara Criminal voltou a analisar e negar um outro pedido do habeas corpus de Ícaro Pinto. E no dia 17 de setembro, foi a vez de Alan Lima ter um habeas corpus negado novamente.
Sobre as várias tentativas de reverter a prisão, o advogado de Ícaro justificou. “Estamos tentando de tudo, porque acho injusto a prisão.” (G1 Acre)