Estima-se que, entre quatro brasileiros, três acessam a internet, o que corresponde a 134 milhões de pessoas que utilizam smartphones e outros dispositivos eletrônicos.
Por isso, a rede de comunicação se transformou também em uma ferramenta para a prática de atividades criminosas, que têm como alvo internautas que apresentem alguma vulnerabilidade, incluindo crianças, adolescentes e idosos.
O “golpe do amor”, por exemplo, é um tipo de crime que tem como alvo, na maioria das vezes, mulheres que buscam relacionamento amoroso nas redes sociais. As vítimas são levadas a acreditar em perfis falsos, usados por criminosos em redes sociais ou outros sites de relacionamento que, após ganhar certa intimidade, passam a trocar mensagens pelo WhatsApp, Messenger ou e-mails.
Nos diálogos, os golpistas por trás dos perfis falsos demonstram total amor e carinho às vítimas, fazendo juras de amor e prometendo visitá-las. Na maioria dos casos relatados pelas vítimas à polícia, os contatos se apresentam como estrangeiros, normalmente guerrilheiros americanos que estão no Iraque ou Afeganistão devido a alguma missão de paz ou guerra.
Em uma das modalidades do golpe, o “amor virtual”, após envolver a vítima com declarações de afeto, relata problemas pelos quais está passando, como uma filha internada, falta de dinheiro para se alimentar ou voltar para casa, e pede ajuda da vítima para resolver a situação. A vítima, iludida e apaixonada, envia altas quantias em dinheiro para o golpista, por meio da conta bancária indicada, do próprio criminoso ou de “laranjas”.
É comum essas contas serem da região Sudeste, com maior incidência do estado de São Paulo. Em outras situações, o estelionatário diz à vítima que lhe enviará um presente (joias, ouro, dólares) e, passados alguns dias, informa que o pacote ficou preso na alfândega. Para liberar, é preciso pagar uma taxa e a vítima, ansiosa para receber o presente, acaba concordando em enviar dinheiro para a conta bancária indicada pelo golpista.
Após a vítima fazer as transferências bancárias, os falsos “namorados” desaparecem e as vítimas, então, se dão conta de toda a trama em que foram envolvidas. Em alguns casos, por ficarem envergonhadas diante da situação, as vítimas não procuram uma delegacia para relatar o fato.
Como prevenir
Para evitar ser vítima de crimes como esse, autoridades da segurança pública recomendam que as pessoas fiquem atentas a relacionamentos virtuais, buscando sempre marcar encontros pessoais com o namorado ou namorada, de preferência, em locais públicos.
Outras recomendações
– Desconfie se o seu “amor virtual” pedir altas quantias em dinheiro emprestadas, independentemente da história contada.
– Certifique-se de que a história contada é verdadeira.
– Se perceber que foi vítima de golpe, não apague as conversas realizadas com o possível criminoso. Tire cópia de todas as conversas e comprovantes de depósitos ou transferências bancárias realizadas.
– Anote o dia, horário e a cidades em que você estava durante as conversas com o criminoso.
– Relacione todos os números de telefones utilizados pelo suspeito para se comunicar com você. Anote os dados das contas bancárias para as quais enviou dinheiro (nome do titular, CPF, banco, agência e conta). Dirija-se à delegacia de Polícia mais próxima, levando todos esses documentos, e registre um boletim de ocorrência.
– É importante que a vítima entre em contato com o gerente do banco em que mantém conta e verifique se é possível bloquear o valor enviado na conta beneficiária (do estelionatário). Essa medida pode contribuir para identificar o golpista responsável e recuperar o valor perdido. (Agência Acre)