Os jogos olímpicos protagonizam em todas as disputas momentos de superação. O ápice é, não raramente, alcançado por fração de segundos. Tem sido assim, em toda a sua trajetória, especialmente no atletismo, com seus feitos extraordinários.
Começo, por destacar dentre tantos exemplos, com o fenomenal desempenho da ginasta romena Nadia Comaneci nos jogos olímpicos de 1976 em Montreal. Essa moça, ainda menina, com apenas 15, amealhou a medalha de ouro e obteve, até então inédita, por seu desempenho perfeito, nota 10. Em longo toda a sua carreira na modalidade ginástica artística, ganhou nove (09) medalhas. Cinco ouros, três pratas e um bronze.
Outro fantástico atleta olímpico foi Carl Lewis. Recordista dos 100 e 200 metros, amealhou 09 medalhas de ouro. Imortalizado no Hall da Fama do atletismo.
Quem não se lembra do momento de superação de Vanderlei Cordeiro de Lima, em 2004, na maratona das olimpíadas de Atenas/Grécia. Vanderlei liderava a prova quando foi impedido, por um manifestante, perdendo preciosos minutos. No entanto, num esforço hercúleo, se superou e adentrou ao estádio sob aplausos apoteóticos do público. Subiu ao pódio conquistando a medalha de bronze.
Os jogos olímpicos de Los Angeles viveu seu ápice de superação humana na pessoa da suíça Gabriela Andersen, maratonista de longa distância. Enquanto competia, Gabriela foi acometida de um quadro grave de “hiponatremia”, ainda assim cambaleando e desconexa ultrapassou a faixa de chagada da competição “em 37° lugar, tornando-se um símbolo do verdadeiro espírito olímpico em uma prova histórica”.
Esses feitos fenomenais, essa superação, esse pódio, não é um acontecimento fortuito. É, antes, a tenacidade dum preparo prévio. Longos dias de dedicação e persistência que envolve um universo de sacrifício e renúncia pessoal. Esses atletas, na antiga mitologia grega, são os escolhidos dos deuses do Olimpo. Trazem a marca de homens e mulheres que fizeram e fazem história por se superarem em diferentes áreas da atividade humana. Esses mitos/atletas, além de tudo, são exemplos em qualidades morais, bem como da força e da boa vontade. Aliás, felizes os homens e mulheres de boa vontade.
Num mundo em que a maioria dos jovens se atira afoitamente às primeiras atividades que lhe vêm às mãos ou lhe atraem as preferências, é oportuno e confortador enaltecer a vida de desses símbolos da superação.
Que venham, nestes jogos olímpicos de 2021, para nos animar a todos, novas experiências de superação humana.
HUMANISTA. E-mail: [email protected]
“Esses feitos fenomenais, essa superação, esse pódio, não é um acontecimento fortuito. É, antes, a tenacidade dum preparo prévio.”