Afetado pelo fenômeno “La niña“, o período de estiagem amazônico foi antecipado, colocando o Corpo de Bombeiros em atenção para uma possível falta de água nos municípios acreanos, portanto, a Defesa Civil do Estado elabora de forma preventiva um plano emergencial de suprimento de água potável, para atuação em caso de racionamento.
O fenômeno também tem influência direta na grave crise hídrica que atinge a maior parte do Brasil e ameaça o fornecimento de energia elétrica nas casas, comércios e indústrias. Aliado ao desmatamento, La niña interfere na distribuição de chuvas.
“Este ano, como se pôde perceber, o período de estiagem amazônico, como é comumente chamado em nossa região, se antecipou. Isso se deve a atuação do fenômeno “la nina” que está perdendo força e em fase de neutralização. Assim tivemos o início do verão já em meados de maio, após a primeira frente fria de grau moderado que assolou o estado. Observou-se que, desde abril, as chuvas ficaram abaixo da média para o período [Fonte: CEPTEC/INPE] ocorrendo no mês de junho uma melhora, mas não significativa”, destacou o Tenente Coronel José Ferreira, Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil.
Ainda segundo Ferreira, a bacia do rio Acre tem se comportado após os anos 90 com diminuição gradativa do nível do rio anualmente, impulsionado pelo desmatamento ao longo de sua mata ciliar.
“A consequência é a diminuição do nível da calha do rio produzindo um assoreamento gradativo a cada ano. Assim, dependendo do nível do rio Acre no pico da estiagem, é possível que haja um racionamento no fornecimento de água aos Riobranquenses. Nesse contexto, a defesa civil tem se preocupado em elaborar um plano emergencial de suprimento de água potável a algum município, ou mesmo a capital, caso haja a necessidade de emprego de carros pipas para esse fim”, declarou.
Previsão para os próximos meses
Segundo o Sistema de Proteção da Amazônia, a previsão climática e hidroclimática para os meses de julho, agosto e setembro deverá ser seco durante todo o período de julho.
Já durante o mês de agosto deverá haver uma sensível melhora climática no estado, com ênfase na região do Juruá, que terá um estado hídrico considerado normal para o período com chuvas acima de 300mm.
Na região central do estado as chuvas variam de 200 a 300mm no trimestre. Na bacia do Rio Acre o período de menor nível do rio Acre se dará ao longo do mês de julho, assim como os rios Tarauacá, Envira e Juruá, talvez, Purus e Yaco.