O senador Márcio Bittar confirmou, nesta sexta-feira, 2, ao site A Gazeta do Acre, que busca uma candidatura alternativa ao Governo do Estado nas Eleições 2022. Há pouco mais de um ano para o pleito, a mobilização interna entre os partidos e lideranças políticas segue em ritmo acelerado.
Embora ainda se acreditasse na união do grupo político que chegou ao poder nas eleições 2018 e ajudou a eleger o atual governador Gladson Cameli, Bittar alega não vislumbrar essa possibilidade diante do cenário atual. “Não vejo mais como ficar insistindo em unir aqueles que não querem, que já tomaram seu caminho”, declarou ao defender um candidato alternativo.
“Você tem mais de uma candidatura ao governo e tem uma decisão, por exemplo do partido do governador, praticamente com uma chapa fechada, e o PT [Partido dos Trabalhadores], que já demonstrou, no ano passado, como é um partido organizado. Então, eu respeitaria qualquer partido que tomasse essa posição (…) Não cabe a mim questionar nem o PSD [Partido Social Democrático] do [senador Sérgio] Petecão, e muito menos o PP [Partido Progressistas] do Gladson. Cabe a mim buscar uma alternativa, já que não vai haver uma aliança de todo mundo, então tenho que buscar uma alternativa”, destacou.
Sobre a possibilidade de ser candidato ao governo, o senador declarou: “Acho praticamente impossível. É claro que, se hoje, o governador do Estado, os partidos que o elegeram em 2018, me chamassem para ser candidato a governador, eu não teria como dizer não. Imagina unir todo mundo da campanha de 2018 e me convocar para ser candidato ao governo, eu não teria como dizer não. Agora, isso é possível? No mundo das possibilidades, é. Mas, na prática, impossível.”
Sem citar nomes, o senador ressaltou que sua expectativa é encontrar um candidato de “que represente o ideal conservador, uma candidatura bolsonarista”. “Entendo que é o momento de buscar uma alternativa que tenha uma candidatura de direita clássica, que saiba o que é isso, que compreenda o que é ser de direita, o que é ser liberal na economia, no Meio Ambiente, na segurança pública, na educação, então ao meu ver é uma candidatura que falta ao Acre, uma candidatura que compreenda e transmita os valores de um liberal conservador. É uma reação natural”, disse.
Relação com o governo
Apesar das divergências políticas com o atual governador Gladson Cameli, o senador declarou que sua relação com o Estado e também com o governador seguirá a mesma.
“A minha relação com o governo vai ser a mesma, com o Estado vai ser a mesma, eu não tenho nada contra a decisão que o PP tomou, agora eu não consegui unir o que eu queria, então vou sucumbir. Pra mim a eleição mais importante é a federal. O Acre não dá um passo se não for com o [apoio] do Governo Federal”, destacou.
“Eu estabeleci com o Gladson, desde o começo, uma relação fraterna, que vai continuar, mas também uma relação profissional. (…) Eu continuo gostando do Gladson numa relação pessoal, continuo achando ele um bom rapaz, de bom coração e bem intencionado”.
Quanto aos rumos que seu partido – Movimento Democrático Brasileiro – deve adotar no futuro, Bittar finalizou, afirmando que segue respeitando o presidente, deputado Flaviano Melo, que responde pelos assuntos internos do partido.
“Eu tenho muito respeito pelo Flaviano, pela história dele, tudo o que eu pude fazer nesses 16 anos de mandato dele (…) eu fiz, entendendo que ele é um nome importante, tem serviços prestados ao Acre e tenho minhas divergências com o MDB [Movimento Democrático Brasileiro]. Acho que nós temos hoje um quadro de divisão do grupo e acho que não tem só um responsável por isso (…), mas são visões e quem sou eu pra dizer que estou certo e o MDB está errado?”.